Eduardo Bolsonaro sugere morte de Alckmin por Israel

Brasília, 13 de junho de 2025 — Em mais um episódio chocante envolvendo a extrema direita brasileira, o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que vive atualmente nos Estados Unidos, fez uma publicação nas redes sociais que está sendo interpretada como uma incitação à violência contra o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin (PSB). O filho do ex-presidente Jair Bolsonaro sugeriu publicamente que Israel deveria eliminar o vice-presidente brasileiro.

A postagem foi feita nesta sexta-feira (13) no perfil oficial de Eduardo Bolsonaro no X (antigo Twitter). O deputado compartilhou uma imagem onde Alckmin aparece listado ao lado de nomes de líderes de grupos que os Estados Unidos e Israel consideram organizações terroristas, como Mohammed Abdulsalam (Houthis), Ziad Al-Nakhalah (Jihad Islâmica), Naim Qassem (Hezbollah) e Ismail Haniyeh (Hamas).

Na tabela, constam status como “vivo” ou “morto”, indicando claramente que alguns dos líderes foram mortos em operações de Israel. Geraldo Alckmin aparece no topo, com a designação “vivo”, sua função como vice-presidente do Brasil e sua filiação partidária.

A imagem utilizada é uma foto real tirada durante a visita oficial de Alckmin ao Irã, em julho de 2024, quando ele liderou uma missão diplomática brasileira para ampliar as relações comerciais com o país persa. Na ocasião, o vice-presidente esteve reunido com autoridades do Iêmen, Líbano e da Palestina, países que mantêm relações diplomáticas com o Brasil, embora sejam adversários históricos de Israel.

A escalada da irresponsabilidade bolsonarista

O post de Eduardo Bolsonaro acontece no pior momento possível. O mundo observa com apreensão a crescente escalada militar entre Israel e o Irã, após ataques coordenados e mortes de altos oficiais iranianos, incluindo o major-general Mohammad Baqeri e o comandante do Corpo de Guardas da Revolução Islâmica, Hossein Salami.

O gesto do deputado não é apenas uma provocação política interna. É visto por especialistas em relações internacionais como uma grave ameaça diplomática, capaz de colocar o Brasil na linha de tensão do conflito no Oriente Médio.

“O que o filho de Bolsonaro faz aqui é mais do que irresponsável. É uma sinalização para que um país estrangeiro considere um líder brasileiro como alvo militar. Isso fere qualquer princípio da soberania nacional”, afirmou ao Diário Carioca o diplomata aposentado Paulo Roberto Almeida.

Quem se beneficia desse ataque?

Por trás dessa postagem, está a velha cartilha bolsonarista: inflamar sua base mais radical, sabotar o governo atual e criar factóides internacionais que desviem a atenção das investigações que miram a família Bolsonaro tanto no Brasil quanto no exterior.

Além disso, a postagem reforça os vínculos históricos de setores da extrema direita brasileira com o governo ultranacionalista de Benjamin Netanyahu, que enfrenta severas críticas internacionais por suas ações militares e políticas de apartheid contra o povo palestino.

Governo brasileiro reage

Fontes do Palácio do Planalto confirmaram ao Diário Carioca que o Ministério das Relações Exteriores já acionou a embaixada brasileira em Tel Aviv para monitorar possíveis repercussões.

Integrantes do governo consideram acionar judicialmente Eduardo Bolsonaro por crimes contra a honra, incitação à violência e ameaça à segurança nacional.

O próprio vice-presidente Geraldo Alckmin, até o momento, não se pronunciou publicamente, mas aliados próximos afirmam que ele está “indignado” com o episódio e avalia responder judicialmente.

O silêncio cúmplice da extrema direita

Enquanto setores progressistas, parlamentares e juristas se manifestam contra essa incitação pública à violência, a extrema direita brasileira segue em silêncio — legitimando, por omissão, o discurso de ódio.

Para muitos analistas, o caso marca um novo patamar na degradação do debate público no país, com parlamentares eleitos utilizando as redes para estimular ações que, em qualquer outro país, seriam consideradas crime de traição.


O Carioca Esclarece: O Diário Carioca opta por não reproduzir a imagem criminosa compartilhada por Eduardo Bolsonaro, por entender que ela representa uma ameaça explícita à integridade de uma autoridade brasileira.


Entenda Caso

O que Eduardo Bolsonaro publicou?
Ele compartilhou uma imagem listando o vice-presidente Geraldo Alckmin ao lado de líderes de grupos considerados terroristas por Israel, com indicação de “vivo” ou “morto”.

Por que isso é grave?
É interpretado como incitação à violência, uma ameaça contra uma autoridade do Brasil, além de gerar potencial crise diplomática com países do Oriente Médio e Israel.

O governo vai tomar alguma medida?
Fontes do Palácio do Planalto indicam que há estudos para processar Eduardo Bolsonaro por incitação ao crime, além de acionar mecanismos diplomáticos para conter repercussões.


Adicionar aos favoritos o Link permanente.