Ou Mauro Cid mentiu à Justiça ou a VEJA errou e deve se corrigir

Se provado que o tenente-coronel Mauro Cid mentiu ao Supremo Tribunal Federal ao negar que tenha postado mensagens no Instagram desqualificando o que contou à Polícia Federal sobre a tentativa de golpe em dezembro de 2022, o ex-ajudante-de- ordem de Bolsonaro perderá o prêmio que ganharia com sua delação – apenas dois anos de prisão e proteção para toda sua família.

A perda do prêmio, porém, não anulará a delação. E, em hipótese alguma, como deseja a defesa de Bolsonaro e dos demais acusados pelo golpe, derrubará o caso que já começou a ser julgado. Seguirá o jogo, previsto para terminar até setembro ou outubro próximo, no mais tardar, com a condenação de todos ou da maioria dos réus. Há fartas provas dos crimes que lhes são imputados.

Em novo depoimento à Polícia Federal, Cid disse que o canal no Instagram com o nome de sua mulher, Gabriela, foi uma manobra dos revoltados com sua delação. Tanto, que o canal acabou sendo removido de uma hora para outra. Ele nunca o teria usado para conversar com ninguém, muito menos para disseminar comentários que só o prejudicariam. Um canal fake, segundo ele.

O ministro Alexandre de Moraes deu prazo de 24 horas para que a Meta, dona do Instagram, informe quem criou o canal e o retirou do ar. Certamente, a Meta terá registros disso. Foi a revista VEJA, na sua edição desta semana, que publicou os prints das supostas mensagens postadas no canal agora desaparecido e que chamou Cid de mentiroso. Em breve saberemos quem mentiu.

Se foi Cid, ele será punido pela Justiça. Se foi a VEJA por ter acreditado no que lhe disseram seus informantes, ela que se corrija.

 

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