A era do excesso como estratégia criativa
Vivemos uma fase em que o design “grita”. Em vez da elegância silenciosa e do minimalismo racional que dominaram as últimas décadas, uma nova estética se impõe pelas cores saturadas, composições agitadas, tipografias ousadas e sobreposições visuais que parecem brigar entre si — mas, curiosamente, funcionam. É o retorno da estética do excesso como linguagem deliberada, expressiva e estratégica. E mais: como crítica ao silêncio visual dos algoritmos.
Esse novo maximalismo visual surge como resposta direta à estética higienizada das grandes plataformas, que priorizam previsibilidade, clareza e sobriedade. Em oposição a isso, designers, artistas e comunicadores vêm adotando composições caóticas, sobrecarga de elementos, efeitos visuais inspirados em glitch, colagem, GIFs, pixel art e referências visuais da cultura pop dos anos 90 e 2000. A ideia é simples: se tudo é organizado e igual, o caos se torna destaque.
Estímulo visual como política da atenção
No mundo digital, atenção é moeda. E num ambiente em que todos disputam cliques, reações e engajamento, o visual impactante se transforma em estratégia. Elementos como brilhos exagerados, textos piscantes, distorções gráficas e animações rápidas aparecem em projetos publicitários, capas de álbuns, editoriais de moda, vídeos curtos e interfaces interativas. O objetivo é provocar estímulo imediato — quase como um choque sensorial — e, com isso, capturar segundos preciosos de atenção.
Mais do que estética, trata-se de uma escolha política: uma forma de se posicionar contra o design invisível que padroniza tudo. Em vez de facilitar a navegação passiva, o novo design convida — ou obriga — o usuário a reagir. O desconforto visual se torna, curiosamente, uma forma de engajamento.
Um exemplo dessa abordagem visual pode ser observado no site https://boomcitycassino.com.br/, cuja ambientação visual é marcada por dinamismo gráfico, cores vibrantes e estímulos visuais contínuos. Mesmo sendo uma plataforma digital de entretenimento, a escolha por uma estética explosiva e saturada dialoga diretamente com essa tendência contemporânea que valoriza o excesso como linguagem cativante.
O “feio bonito” como afirmação estética
Essa nova estética também recupera o valor do chamado “feio bonito” — um conceito que subverte os padrões tradicionais de harmonia e proporção para explorar o impacto emocional, a surpresa e até o desconforto como formas de beleza. É uma estética que rompe com a suavidade do design clássico e abraça o experimentalismo.
Cartazes sobrecarregados, fontes distorcidas, combinações cromáticas “erradas”, erros propositais e interferências visuais tornam-se recursos criativos legítimos. Eles não apenas atraem a atenção, mas também expressam autenticidade e ousadia — duas qualidades extremamente valorizadas em um mundo onde tudo parece controlado por algoritmos e filtros.
O retorno das referências urbanas e populares
Outro aspecto relevante dessa estética é a revalorização do urbano e do popular. O design das ruas — das fachadas coloridas aos cartazes de promoções e pichações — volta a inspirar projetos gráficos e editoriais. O que antes era considerado “informal demais” ou “não profissional” é, agora, reeditado com orgulho e originalidade.
Essa valorização do que é direto, expressivo e imperfeito tem relação direta com a cultura visual brasileira, rica em colagens espontâneas, improvisações visuais e cores fortes. O maximalismo tropical, por assim dizer, é uma resposta visual coerente com a energia das cidades, das festas populares, das músicas e das ruas.
Para além do impacto: significado na saturação
Ainda que à primeira vista o excesso visual pareça gratuito, ele carrega mensagens sutis. Ao romper com as lógicas limpas e padronizadas do design globalizado, ele afirma identidade, diversidade e criatividade. O excesso, quando bem articulado, não esconde a mensagem — ele a amplifica, dá camadas, adiciona personalidade.
O desafio para designers e comunicadores é dominar esse caos, tornando-o expressivo sem torná-lo ilegível. É preciso saber quando quebrar as regras — e por que. O excesso visual precisa ter propósito, seja ele simbólico, estético ou cultural.
A estética explosiva veio para ficar. Ela reflete um tempo acelerado, múltiplo, barulhento — e, por isso mesmo, profundamente humano. Em meio ao excesso, encontramos não apenas estímulo, mas também expressão, energia e potência criativa.
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