Buracos negros em fusão podem fornecer energia para bateria?

Se algum dia os cientistas forem capazes de criar microburacos negros em laboratório, baterias com quantidades imensas de energia poderiam ser fabricadas. Ao menos essa é a conclusão de um estudo teórico publicado na revista High Energy Density Physics.

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Os pesquisadores sabem que a colisão entre dois ou mais buracos negros liberam energia descomunal na forma de ondas gravitacionais. Por exemplo, uma dessas colisões, detectada em 2019, resultou no equivalente a 9 massas solares convertidas em energia gravitacional.

Mesmo buracos negros microscópicos em fusão poderiam render uma enorme quantidade de energia. Para comparação, se uma bateria de lítio fornece aproximadamente 42 milhões de Joules por quilograma, um microburaco negro teria energia equivalente a 46,5 kg de uma dessas baterias.


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Para produzir o equivalente a uma bateria de lítio de 200 kg, os cientistas precisariam de quatro microburacos negros, cada um pesando não mais que um ovo de mosca, de acordo com os autores do novo estudo.

Conceito artístico de dois buracos negros em fusão (Imagem: Reprodução/NASA/Dana Berry)

Estudos anteriores já mostraram que cerca de 5% a 10% da massa combinada de dois buracos negros em fusão seria liberada como energia gravitacional, enquanto até 29% da massa de um buraco negro único estaria disponível na forma de energia rotacional — afinal, os buracos negros giram.

Os autores também destacaram que os microburacos negros feitos em laboratório não devem apresentar risco de “engolir” tudo ao redor, embora admitam que possíveis perigos não devem ser ignorados. O motivo é que a carga elétrica desses objetos poderiam compensar a força gravitacional.

Assim, caso os buracos negros microscópicos de carga iguais sejam colocados lado a lado, ambos permaneceriam estáveis, sem nenhum comportamento perigoso. Se tivermos um microburaco negro de carga positiva e outro de carga negativa, ocorreria uma colisão e a liberação de uma quantidade espetacular de energia.

Contudo, para isso funcionar sem ameaçar a matéria ao redor dos buracos negros, os cientistas consideram o modelo de Reissner-Nordström, que possui massa e carga elétrica. Em outras palavras, se os buracos negros reais apresentarem outras características, as coisas podem acontecer de modo um pouco diferente.

Seja como for, não é como se tivéssemos acesso a tecnologias capazes de criar esses microburacos negros. A melhor esperança seria o Grande Colisor de Hádrons (LHC), mas provavelmente nem mesmo ele poderia realizar essa façanha. Por isso, a pesquisa é, por enquanto, somente especulativa.

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