Organizadora do CNU, Esther Dweck resistia a adiamento do concurso

A discussão sobre o adiamento do Concurso Nacional Unificado (CNU), apelidado de “Enem dos Concursos”, dividiu ministros do governo Lula (PT). A idealizadora e organizadora do CNU, ministra Esther Dweck, resistia ao adiamento do certame, o primeiro desse tipo a ser realizado no país. Inspirado no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), o concurso vai escolher, de uma só vez, 6.640 profissionais para ocupar cargos em 21 órgãos públicos federais.

A resistência se devia não só ao fato de que a alteração da data custaria R$ 50 milhões aos cofres públicos, segundo estimativas iniciais, mas também pela credibilidade da iniciativa, que seria testada neste domingo (5/5).

O governo decidiu adiar as provas após apelo de autoridades gaúchas, devido às fortes chuvas que atingiram o Rio Grande do Sul nos últimos dias, que já deixaram 37 mortos e 74 desaparecidos. A nova data do concurso ainda não foi definida.

Do total de 2,1 milhões de inscritos, 80.348 inscrições são do Rio Grande do Sul. No estado gaúcho, 10 cidades — de um total de 228 a nível nacional — receberiam a prova.

A decisão deverá ser anunciada oficialmente pelo governo em coletiva de imprensa dos ministros Paulo Pimenta (Secom) e Esther Dweck (Gestão e Inovação), marcada para 15h.

As divergências ficaram nítidas desde a noite de quinta (2/5), quando ministros se reuniram emergencialmente no Palácio do Planalto. Logo depois, o MGI divulgou nota para confirmar a normalidade do concurso no domingo. “O governo federal envidará todos os esforços para garantir, no Rio Grande do Sul, a participação dos candidatos, em diálogo com as autoridades federais, estaduais e municipais competentes”, disse a pasta.

Ao longo desta sexta, o ministério de Dweck divulgou uma medida paliativa para os candidatos do RS: a possibilidade de ressarcimento da taxa de inscrição do CNU em casos de falta de energia e desastres naturais. Os candidatos desembolsaram uma taxa de inscrição de R$ 90 para candidatos de nível superior e de R$ 60 para os de nível médio.

Por outro lado, ministros da área política apelaram pelo adiamento frente às pressões de políticos da região e também devido às cobranças pelas redes sociais.

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