Gangue invade prisão e liberta quase todos os detentos no Haiti

Uma gangue armada invadiu uma prisão em Porto Príncipe, capital do Haiti, nesse sábado (2/3), segundo informações da embaixada francesa e reportagens publicadas pela mídia local. Os invasores libertaram quase 4 mil presos, número equivalente a quase todos os detentos do local. 

O grupo observou o local por, pelo menos, dois dias antes do ataque. A penitenciária fica próxima ao Palácio Nacional, sede do governo, o qual optou por não comentar o caso. Ao menos três detentos morreram na troca de tiros entre a gangue e os policiais.

Embora não exista a confirmação exata do número de foragidos, o local abrigava 3.687 pessoas em fevereiro de 2023 e não há informações sobre os números atuais. Vale lembrar que a penitenciária foi construída para comportar apenas 700 presos. 

De acordo com o jornal haitiano Gazette d’Haïti, entre os fugitivos estão “membros importantes de gangues muito poderosas”. Após a fuga, a agência Reuters informou que não havia sinais de que policiais estivessem no local e que as portas do endereço estavam abertas. 

A agência chegou a conversar com um preso que ainda estava na prisão. O homem, que preferiu não se identificar, explicou que todos dormiam quando começaram a ouvir o barulho dos tiros e que ele foi o único que restou na cela. Além deste homem, outros 98 detentos optaram por seguir no local com medo de morrer atingidos pelos tiros. 

Violência no Haiti

Porto Príncipe tem sofrido com violência nas ruas desde que o ex-policial e agora líder de uma gangue Jimmy Cherizier pediu a união desses grupos para derrubar o primeiro-ministro Ariel Henry. Ele comanda a aliança que agora controla cerca de 80% da capital.

As famílias foram orientadas a não enviar as crianças para a escola para “evitar danos colaterais” e quase 15 mil pessoas precisaram deixar suas casas. A Organização Internacional para as Migrações (OIM) das Nações Unidas informou, ainda, que 10 abrigos foram esvaziados no fim de semana. 

Renúncia do primeiro-ministro 

Ariel Henry assumiu o poder em 2021, após o assassinato de Jovenel Moïse, último presidente do país. No entanto, ele se comprometeu a renunciar ao cargo no início de fevereiro, mas não seguiu com a palavra. Ele alega que a segurança precisa ser restabelecida para que o Haiti possa ter eleições livres e justas. 


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Nos últimos dias, ele esteve no Quênia e assinou um acordo de segurança com objetivo de combater a violência em Porto Príncipe. Agora, o paradeiro dele é desconhecido.

Viúva do presidente do Haiti é acusada de cúmplice do assassinato dele

A viúva do presidente do Haiti, Jovenel Moise, é acusada de ser cúmplice de seu assassinato. A Justiça haitiana indiciou cerca de cinquenta pessoas, incluindo a ex-primeira-dama, Martine Moise, um ex-primeiro-ministro e um ex-chefe de polícia pelo possível envolvimento no assassinato do presidente em 2021, informou um veículo de comunicação local.

O site haitinao AyiboPost publicou nesta segunda-feira (20/2) a ordem do juiz responsável pela investigação do caso, um documento de 122 páginas “resultante de cerca de dez audiências” que, no entanto, não permite “identificar claramente os autores intelectuais do assassinato”.

De acordo com este documento, o magistrado solicitou o encaminhamento de Martine Moise, primeira-dama do Haiti, e de outras 50 pessoas ao tribunal penal “para serem julgados por formação de quadrilha, assalto à mão armada, terrorismo, homicídio e de cumplicidade em homicídio”, crimes cometidos contra o presidente Jovanel Moise.

Leia a reportagem completa no RFI, parceiro do Metrópoles.

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