HÁ VINTE ANOS – Maluf promete dar dinheiro a quem achar o dele

20:43
Ontem à noite, o comandante do Exército general Francisco Roberto de Albuquerque recebeu para jantar em sua casa, no Setor Militar Urbano de Brasília, o presidente Lula, dona Marisa Letícia, o ministro José Viegas, da Defesa, e os comandantes da Marinha e da Aeronáutica, almirante-de-esquadra Roberto de Guimarães Carvalho e tenente-brigadeiro-do-ar Luiz Carlos da Silva Bueno.

A estrela da noite, porém, não foi nenhum deles. Foi o ministro Roberto Rodrigues, da Agricultura. Levado por Lula, que a cada dia gosta mais dele, Rodrigues entreteve a tropa cantando tangos e boleros acompanhado ao violão. Ninguém falou a respeito do reajuste de salário dos militares. O último reajuste que eles tiveram foi em 2001.
Para repor a inflação de lá para cá, o governo deveria reajustar o salário deles em 28%. É possível – mas não é certo – que em julho próximo o governo dê um reajuste de 10%. E deixe os 18% restantes, e mais a inflação deste ano, para 2005. Lula foi o candidato a presidente mais votado entre os militares há dois anos. Hoje, perderia feio no meio deles.


20:28
Quem não deve estar gostando de ver Paulo Maluf em apuros é a prefeita de São Paula, Martha Suplicy (PT). A reeleição dela seria favorecida com uma eventual candidatura Maluf. Porque Maluf tem algo como 20% de votos na capital paulista que são dele e que ninguém toma.

Sem Maluf no páreo, os votos cativos dele dificilmente irão para Martha. Poderão fortalecer as chances de um candidato do PMDB ou do PSDB.

Maluf tem votos para disputar com Martha um eventual segundo turno. Se isso ocorresse, nada seria mais fácil para a prefeita do que derrotar Maluf.

Enfrentar no segundo turno um candidato como José Serra, do PSDB, seria o pior cenário para Martha.

Inviabilizar a candidatura de Maluf interessa mais ao PSDB e ao PMDB do que ao PT. A rejeição da prefeita medida nas pesquisas é  grande. E continua crescendo.


20:15
Extraordinária a cara de pau do ex-prefeito Paulo Maluf. Hoje, em São José do Rio Preto, ele voltou a negar que tenha contas no exterior. O “Jornal Nacional” de ontem provou à exaustão não só que Maluf teve contas na Suíça e em paraísos fiscais como que as contas foram alimentadas com dinheiro desviado de obras públicas.

A “Veja” que começou a circular hoje trouxe o mesmo farto e convincente material recolhido por procuradores paulistas com a ajuda da Justiça suíça. Pois Maluf não se abateu. Promete dar o dinheiro para qualquer um que o encontre. E repetiu o surrado argumento de que tudo não passa de manobra para evitar sua candidatura a prefeito de São Paulo.

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