Nos últimos dias, o Rio Grande do Sul tem sido assolado por enchentes devastadoras, deixando comunidades em situação de calamidade. Mais de 400 municípios foram afetados, cerca de 90% do estado. Para entender melhor a dinâmica por trás desses eventos catastróficos, é importante analisar tanto os fenômenos meteorológicos quanto as características geográficas da região.
O Metrópoles conversou com os especialistas Andrea Ramos, do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), e Walter Collischonn, doutor em engenharia de recursos hídricos, para explicar a logística das enchentes no estado.
As chuvas intensas no Rio Grande do Sul são resultado de uma combinação de fatores meteorológicos, explica Andrea Ramos. O fenômeno do El Niño, apesar de estar em fase final, ainda influencia as precipitações na região sul, enquanto um bloqueio atmosférico na parte central do país impede a passagem de sistemas frontais — zonas de transição entre massas de ar com características diferentes.
Estes causam mudanças climáticas e condições meteorológicas adversas, como chuvas intensas e tempestades, quando essas massas de ar se encontram. A falta de umidade da Amazônia devido ao bloqueio atmosférico também agrava a situação.
No entanto, as enchentes não são apenas consequências diretas das chuvas intensas, como explica Walter Collischonn.

Mapa RSPrancheta 1
Arte/Metrópoles

Mapa RSPrancheta 2
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Mapa RSPrancheta 3
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Chuva no RS
O número de mortos e desaparecidos em decorrência das chuvas no Rio Grande do Sul já passa de 100. São mais de 700 feridos, segundo a Defesa Civil.
Mais de 2 milhões foram atingidos pelas chuvas. Desses, 337 mil estão desalojados e cerca de 70 mil encontram-se em abrigos públicos.