Aliados do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), o aconselharam a usar o voto de Guilherme Boulos (PSol) contra a cassação de André Janones (Avante-MG) como munição eleitoral na campanha.
Em relatório apresentado no Conselho de Ética da Câmara nessa quarta-feira (15/5), Boulos votou para arquivar o processo contra Janones, que era acusado de “rachadinha” em seu gabinete na Casa.
O deputado argumentou que que os áudios que apontavam a suposta rachadinha, revelados pela coluna Paulo Capelli, no Metrópoles, teriam sido gravados antes dele se eleger deputado em 2018.
“Consideramos a representação desprovida de justa causa por cuidar dos atos que teriam ocorrido em época que o representado não detinha o mandato de deputado federal. Em suma, não há justa causa pois não havia decoro parlamentar se não havia mandato à época, o que foge do escopo, portanto, do Conselho de Ética”, argumentou Boulos, que relatou a representação.
Na avaliação de aliados de Ricardo Nunes, o voto de Boulos para salvar Janones deve ser usado pela campanha do prefeito para tentar colar no deputado do PSol o rótulo de “defensor de rachadinhas”.
A estratégia serviria como uma espécie de contra-ataque de Nunes contra Boulos, que, nos últimos meses, tem atuado para tentar colar no atual prefeito denúncias de corrupção na prefeitura da capital paulista.