Após decreto, SP envia plano de emergência ao Ministério da Saúde

São Paulo — Após o governo de São Paulo decretar estado de emergência para a dengue, a secretária estadual de Saúde em exercício, Patrícia Pericaris, anunciou nesta terça-feira (5/3) o envio ao Ministério de Saúde de um plano de ação em que detalha suas estratégias para o combate à doença. O documento vai nortear a definição de recursos do governo federal ao estado.

A decisão sobre o estado de emergência ocorreu após reunião em que o Centro de Operações de Emergências (COE) recomendou a medida — que deve ser assinada pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) nas próximas horas, em edição extraordinária do Diário Oficial.

De acordo com o painel do monitoramento da Secretaria da Saúde, o estado de São Paulo fechou a segunda-feira (4/3) com 138.259 casos confirmados de dengue. Considerando a população de 44 milhões de habitantes (44.411.238, segundo o IBGE), a taxa de incidência da doença chegou a 311 casos para cada 100 mil habitantes, o que configura situação de epidemia.

O estado registra 31 mortes causadas pela dengue. Outros 122 óbitos ainda seguem em investigação. Os casos chegaram a 138.259, sendo 169 considerados graves.

Decreto de emergência

O decreto permite que os gestores públicos destinem recursos para combater a doença com maior celeridade e sem necessidade de licitação.

“Na verdade, as ações que nós temos para fazer junto com os municípios são ações continuadas desde 2023. Agora, com o decreto, nós conseguimos ter um pouco mais de agilidade para adquirir insumos, contratar pessoas”, afirmou a secretária Patrícia Perdicaris.

“Os municípios podem usar o nosso decreto como justificativa para decretar estado de emergência”, completou.

Segundo a secretária, o valor que deve ser enviado pelo governo federal deve se somar à antecipação do repasse de R$ 205 milhões do IGM SUS Paulista, anunciado há duas semanas.

Situação na capital

A capital também está à beira de uma epidemia. A cidade atingiu 32.508 casos de dengue, segundo o painel de monitoramento de arboviroses da Secretaria Estadual da Saúde (SES). Até o momento, a capital paulista registrou duas mortes pela doença e outras 28 estão em investigação.

O número de bairros que vivem uma epidemia na capital também cresceu. Até o dia 21 de fevereiro, seis distritos superavam a taxa de 300 casos por 100 mil habitantes, índice utilizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para indicar uma epidemia.

No dia 28 de fevereiro, no entanto, a incidência considerada epidêmica já era registrada em 15 distritos da cidade.

Sintomas da dengue

Os sintomas da dengue podem variar de leves a graves e geralmente aparecem de 4 a 10 dias após a picada do mosquito infectado. As manifestações clínicas incluem:

  • Febre alta: a temperatura corporal pode atingir valores significativamente elevados, geralmente acompanhada de calafrios e sudorese intensa;
  • Dor de cabeça intensa: a dor é geralmente localizada na região frontal, podendo se estender para os olhos;
  • Dores musculares e nas articulações: sensação de desconforto e dor, muitas vezes referida como “quebra ossos”;
  • Náuseas e vômitos: podem ocorrer, contribuindo para a desidratação;
  • Manchas vermelhas na pele: conhecidas como petéquias, essas manchas podem aparecer em diferentes partes do corpo;
  • Fadiga: uma sensação geral de fraqueza e cansaço persistente.


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Tratamento

O tratamento da dengue visa aliviar os sintomas e garantir a recuperação do paciente. Algumas medidas recomendadas pelo Ministério da Saúde incluem:

  • Hidratação adequada: a ingestão de líquidos é fundamental para prevenir a desidratação, especialmente durante os períodos de febre e vômitos;
  • Uso de analgésicos e antitérmicos: medicamentos como paracetamol podem ser utilizados para reduzir a febre e aliviar as dores;
  • Repouso: descanso é essencial para permitir que o corpo combata o vírus de maneira mais eficaz;
  • Acompanhamento médico: em casos mais graves, é crucial procurar assistência médica para monitoramento e tratamento adequado;
  • Evitar automedicação: o uso indiscriminado de alguns medicamentos, como anti-inflamatórios não esteroides (aines) e aspirina, pode agravar o quadro clínico, sendo contraindicado na dengue.

Prevenção da dengue

Além do tratamento, a prevenção da dengue é crucial. Medidas como eliminação de criadouros do mosquito Aedes aegypti, uso de repelentes, telas em janelas e portas, além da conscientização da população sobre a importância dessas práticas, são enfatizadas pelo Ministério da Saúde.

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