Nesta semana, o médico e oncologista australiano Richard Scolyer anunciou que tem obtido bons resultados contra um tipo bastante agressivo de câncer de cérebro que o afeta. Apesar da baixa probabilidade disso acontecer, o glioblastoma está em remissão — quando o tumor cerebral não é mais identificado pelos exames, algo próximo da cura.
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O controle sobre a doença foi possível a partir dos estudos e tratamentos que Scolyer desenvolveu ao longo de sua carreira de 30 anos na medicina. Nos últimos meses, ele passou por sessões de radioterapia, cirurgia para remoção do tumor, radioterapia e tomou uma vacina personalizada.
Sem o tratamento experimental ao qual o médico se submete, é possível que o câncer do cérebro continuasse a avançar, comprometendo a qualidade de vida. Em média, pacientes com diagnóstico desse tipo de tumor vivem algo próximo de um ano.
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A expectativa é alta para que o tratamento funcione em Scolyer, mas ainda é necessário aguardar a evolução do caso pelos próximos meses. Apenas os primeiros 12 meses foram concluídos — isso não tira nenhum mérito da conquista.
Tratamento inovador do câncer
Com a baixa expectativa média de vida após o diagnóstico do glioblastoma, era preciso pensar em como agir. “Aceitar esse status quo nunca seria uma opção”, afirmou o médico Scolyer para o site Bloomberg. “Passei minha vida diagnosticando e pesquisando o câncer, então por que parar agora?”, questionou.
Ao lado do médico, está a renomada oncologista australiana Georgina Long. Ambos trabalharam muitos anos no estudo dos melanomas — este é um tipo de câncer mais associado à pele, mas os melanócitos podem surgir em outros lugares do corpo.
Eles desenvolveram um tipo de imunoterapia que induz o próprio sistema imunológico a combater as células cancerígenas, melhorando o prognóstico de pacientes com melanoma avançado. Inclusive, este tratamento precisa ser feito antes da remoção do tumor.

Replicando as descobertas validadas contra o melanoma, foi desenhado o novo tratamento experimental para câncer no cérebro: imunoterapia pré-operatória, remoção do tumor cerebral, radioterapia e uso de uma vacina personalizada.
Esta vacina contém proteínas presentes no tumor de Scolyer e, ao entrarem no corpo, ensina o sistema imune a combater e eliminar as células cancerígenas — em partes, é uma estratégia similar a de outros imunizantes em testes no mundo.
Remissão do câncer
Passados aproximadamente 12 meses do início desse tratamento bastante experimental contra o câncer de cérebro, o médico australiano está bem e não sofre com convulsões, sendo que essas são um problema comum em pacientes com tumores na cabeça.
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A notícia da remissão é outra descoberta animadora. “Isso certamente não significa que meu câncer de cérebro esteja curado, mas é bom saber que ele ainda não voltou. Então, tenho mais tempo para aproveitar minha vida com minha esposa Katie e meus três filhos maravilhosos”, afirmou para a BBC.
Até o momento, os protocolos do tratamento que o médico se submete não foram publicados em nenhuma revista científica. No futuro, mesmo que ele consiga se curar do câncer, serão necessários testes clínicos e complementares para que a sua abordagem possa ser aplicada em outros pacientes. Afinal, os resultados positivos de um único paciente podem não ser a regra para todos.
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