Municípios tiveram prejuízos de R$ 639,4 bi com desastres naturais

Levantamento da Confederação Nacional dos Municípios (CNM) indica que as cidades brasileiras sofreram prejuízos de R$ 639, 4 bilhões devido a desastres ambientais entre 2013 e 2023. O estudo foi publicado nesta segunda-feira (20/5).

Nos últimos 11 anos, os desastres afetaram 5.233 municípios (o que corresponde a 94% das cidades brasileiras) e 418,3 milhões de pessoas, bem como foram responsáveis por 2.667 óbitos.

Do total de prejuízos, quase R$ 191 bilhões foram causados pelas chuvas nos últimos 10 anos, enquanto R$ 347,4 bilhões pela seca e estiagem no mesmo período, de acordo com o levantamento da CNM.

O setor mais afetado, ainda segundo o estudo, foi a agricultura, que teve prejuízos que chegaram a R$ 271 bilhões — 42,4% do total de R$ 639,4 bilhões.

Na sequência, estão a pecuária (R$ 86,6 bilhões), as instalações públicas de saúde (R$ 85,8 bilhões), o abastecimento de água potável (R$ 45,3 bilhões), as obras de infraestrutura (R$ 38,9 bilhões) e habitação (R$ 36,2 bilhões).

União repassou apenas 1/3 da verba destinada a ações de proteção e defesa civil

Por outro lado, dos 9,5 bilhões autorizados pela União em ações destinadas à proteção e defesa civil, apenas R$ 3 bilhões foram repassados aos municípios entre 2013 e 2023.

“Por que os municípios não acreditam nos planos? Porque é autorizado [um repasse] e não é pago”, disse o presidente da Confederação Nacional de Municípios, Paulo Ziulkoski, a jornalistas.

A CNM reforça que, uma vez que 94% dos municípios acabaram sendo afetados pelo menos uma vez por desastres ambientais desde 2013, urge implementar “ações integradas entre os entes federados nas ações de prevenção e gestão de riscos e desastres”.

CNM vai monitorar resiliência climática dos municípios

Ziulkoski ainda adiantou que a CNM lançará, nesta terça-feira (21/5), duas ferramentas de monitoramento para intervir no trabalho de prevenção e gestão de riscos dos municípios em relação aos desastres ambientais

Segundo ele, a entidade vai passar a intervir para “empurrar” esse movimento, entre os entes e a União, para assumir “definitivamente o enfrentamento dos desastres climáticos” no Brasil.

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