Universidade de Duke: vacina contra HIV apresenta resultado promissor

Desenvolver uma vacina eficaz contra o HIV é um dos maiores desafios da ciência. Os tratamentos existentes são capazes de evitar a doença, mas não conseguem curá-la definitivamente, pois o vírus se “esconde” no corpo, permanecendo ali ainda que esteja inativo.

Cientistas da Universidade de Duke, nos Estados Unidos, anunciaram ter dado um novo passo em direção ao cumprimento desse desafio. Em 17 de maio, eles publicaram uma pesquisa na revista Cell sobre um ensaio clínico no qual a vacina testada foi capaz de criar anticorpos que neutralizaram o vírus sem criar efeitos secundários.

De acordo com a pesquisa, a vacina conseguiu estimular o corpo a produzir os anticorpos neutralizantes (bnAbs) contra o HIV, estratégias de defesa semelhantes são estimuladas pelas medicações antirretrovirais, mas nunca tinham sido fabricadas pelo próprio corpo.

“Foi muito emocionante ver que, com esta molécula de vacina, poderíamos realmente fazer surgir anticorpos neutralizantes em semanas”, disse o imunologista Wilton Williams, que liderou o estudo, em entrevista para o site da universidade.


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Como foi feito este estudo da vacina contra o HIV?

O ensaio clínico de fase I foi iniciado em 2019. Ele envolveu 24 participantes saudáveis, sendo que 20 receberam uma vacina placebo.

Pouco depois, após uma pessoa apresentar uma reação alérgica grave a um estabilizante da vacina, o ensaio foi interrompido.

Àquela altura, 5 pessoas receberam três das quatro doses planejadas e outras 15 pessoas receberam apenas duas. Apesar do imprevisto que levou à interrupção da pesquisa, os médicos descobriram que houve uma resposta imunitária inesperada mesmo para aqueles que receberam duas doses.

Metade das pessoas imunizados produziu anticorpos, que testados na bancada do laboratório foram capazes de neutralizar de 15 a 35% de todas as variantes do causador da Aids, mesmo as mais resistentes. “Ainda não chegámos lá, mas o caminho a seguir é agora muito mais claro”, completou o imunologista.

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