Bolsonarista Tomé Abduch recusa convite para ser secretário de Nunes

São Paulo – O deputado estadual bolsonarista Tomé Abduch (Republicanos) anunciou, nesta terça-feira (5/3), ter recusado o convite para assumir a Secretaria de Urbanismo e Licenciamentos da gestão Ricardo Nunes (MDB).

O espaço foi oferecido por Nunes a Abduch em janeiro em meio a um acordo envolvendo o apoio explícito do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), aliados de Abduch, à tentativa de reeleição do prefeito.

O deputado também tem o nome ventilado para vice de Nunes, em um pacote de nomes sugeridos pelo presidente do PL, Valdemar Costa Neto, ao prefeito paulistano. No entanto, o favorito ao posto, até o momento, tem sido o coronel Mello Araújo, que foi comandante da Rota e diretor da Ceagesp.

Em nota, Abduch diz que sua recusa se deu pelo fato de ver como mais importante, nestas eleições, “trabalhar para a campanha do candidato escolhido pela direita”. Ele não cita, no texto, o nome de Nunes. A informação foi divulgada pela Folha e confirmada pelo Metrópoles.

“Neste momento, minha prioridade número um é unir forças e impedir que a cidade de São Paulo corra o risco de cair nas mãos de [Guilherme] Boulos e a turma radical que o rodeia”, afirma o deputado.

“Assim, serei mais útil nas ruas, nos palanques, nas praças, junto com nossa gente, fazendo campanha para que a cidade de São Paulo não seja invadida por aqueles que sempre estiveram contra a nossa capital”, afirma.

Formado em engenharia civil, Abduch é vice-líder do governo Tarcísio na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) e ficou conhecido por encabeçar, junto da deputada Carla Zambelli (PL-SP), o movimento Nas Ruas, a partir de 2015, pelo impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Ele também foi comentarista político em programas de televisão.

Decisão derruba ajuda a aliado de Tarcísio na Alesp

Com a recusa de Abduch, o agente da Polícia Federal Danilo Campetti, suplente do Republicanos na Alesp, perde a oportunidade, por ora, de assumir uma cadeira como deputado.

Tarcísio tem tentado, desde o ano passado, costurar um acordo para que Campetti assuma uma vaga na Alesp. Bolsonarista declarado, o agente da PF foi assessor especial do governador e está afastado de suas funções na PF desde agosto de 2023, quando virou alvo de um processo disciplinar que apura se ele trabalhou de forma irregular na campanha eleitoral de Tarcísio em 2022.

Campetti integrava o comitê de campanha de Tarcísio durante uma agenda interrompida por tiroteio na favela de Paraisópolis. Na ocasião, ele sacou sua arma e seu distintivo. Pessoas próximas do agente dizem que ele compareceu ao evento durante sua folga e que somente apresentou os equipamentos da PF por entender que estava sob situação de ameaça.

Candidato a deputado estadual em 2022 pelo Republicanos, Campetti obteve 52 mil votos e não foi eleito. No entanto, ficou como suplente do partido na Alesp, atrás apenas da Coronel Helena, que atualmente é secretária de Esportes de Tarcísio. Na prática, Campetti é o primeiro na fila caso alguma cadeira fique vaga.

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