Os juízes do tribunal mais alto da Organização das Nações Unidas (ONU), a Corte Internacional de Justiça, ordenou, nesta sexta-feira (24/5), que Israel pare imediatamente todas as operações militares em Rafah, sul da Faixa de Gaza. A corte determinou que Israel permita a entrada de ajuda humanitária através da fronteira entre o sul de Gaza e o Egito.
Os juízes ordenaram que Israel forneça acesso para monitorar a situação e que reporte à corte.
A decisão foi proferida em resposta a um pedido de emergência submetido pelo governo da África do Sul ao tribunal sediado em Haia, na Holanda. O pedido acusa as operações de Israel de genocídio.
Israel negou as acusações, defendendo-se com a justificativa de legítima defesa. Apesar da determinação ser obrigatória, a corte não fornece força policial para assegurar que Israel cumpra a decisão.
Segundo o ministro Israelense das Finanças, Bezalel Smotrich,”Aqueles que exigem que o Estado de Israel pare a guerra, exigem que este [Israel] decrete que deixe de existir. Não vamos concordar com isso” publicou o ministro nas redes sociais.
Nessa quinta-feira (23), o governo israelense havia dito que “nenhum poder na Terra impedirá Israel de proteger seus cidadãos e de perseguir o Hamas em Gaza”. As informações são do Reuters.
Acusações
No início desse mês, Israel realizou uma operação e ordenou que 100 mil pessoas abandonassem Rafah. Cerca de 1,5 milhão de palestinos estão refugiados na cidade e seu arredores, além de abrigos da ONU e acampamentos, por causa da guerra. Segundo primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, “Rafah é o último bastião de poder do grupo Hamas”.
A África do Sul acusou Israel de genocídio liderado pelo próprio Estado, contra a população palestiniana. A corte pediu que Israel evitasse ações graves de genocídio e permitisse a ajuda necessária para Gaza.