Mulheres nos games | Escrevendo a história para contar histórias

Desde dezembro de 2015, a UNESCO definiu o dia 11 de fevereiro como o Dia Internacional de Mulheres e Meninas na Ciência. A data celebra a importância das mulheres no avanço de pesquisas e da sociedade como um todo, reforçando que sem elas muitas tecnologias modernas talvez não existissem, ao menos da forma como conhecemos hoje.

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Do primeiro programa de computador aos cálculos de lançamento da missão espacial que levou a humanidade até a Lua, as mulheres estão em todos os espaços da tecnologia, e não é diferente com os games. Carol Shaw foi uma das pioneiras dos games, desenvolvendo River Raid para o Atari em 1983, e desde então cada vez mais mulheres foram se aventurando nesses espaços, sendo personagens ativas no avanço da indústria de games.

Criando universos e reescrevendo a história

Depois de Shaw, que serviu de inspiração para milhares de outras desenvolvedoras, Amy Henning talvez seja até hoje um dos nomes mais importantes da indústria de jogos, e não apenas entre as mulheres. Entre outros projetos de peso, Hanning dirigiu e roteirizou a trilogia original de Uncharted, sendo premiada pela Writers Guild Of America duas vezes por melhor roteiro em Uncharted 2 e Uncharted, em 2010 e 2012.


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Além da Naughty Dog, Amy trabalhou na Crystal Dynamics e Electronic Arts, tendo passado por três das maiores desenvolvedoras de games das últimas duas décadas. Atualmente ela está à frente da divisão de jogos da Skydance Media, trabalhando em dois títulos para franquias da Disney, um da Marvel e outro no universo de Star Wars.

A desenvolvedora canadense Jade Raymond também é outra mulher muito marcante para a história dos jogos. Tendo trabalhado por 10 anos na Ubisoft, Raymond produziu Assassin’s Creed e Watchdogs, duas das maiores franquias da empresa e foi uma das principais responsáveis por montar o estúdio da Ubi em Toronto. 

Ao longo de sua história, Jade ainda atuou como vice-presidente da divisão de jogos do Google Stadia, e apesar de a Google ter tirado o projeto da tomada, Raymond não se abalou e fundou seu próprio estúdio em 2021, a Haven Studios.

No entanto, uma das mulheres que mais vem chamando a atenção por seu trabalho nos últimos anos é a artista e diretora japonesa, Ikumi Nakamura. Ela iniciou sua carreira na Capcom em 2006 atuando como artista no queridíssimo Okami, do PS2, e criou as artes conceituais de Bayonetta, para a Platinum Games.

Nakamura explodiu no mercado durante a apresentação de Ghostwire: Tokyo, na E3 2019, com sua paixão e entusiasmo pelo projeto que atuou como diretora criativa. Com as polêmicas sobre as condições altamente desgastantes de trabalho nas desenvolvedoras, Ikumi se desligou da Tango Gameworks, estúdio de Ghostwire, por questões de saúde e se tornou uma das vozes de resistência a algumas práticas e rotinas do meio do desenvolvimento.

Em 2021, Ikumi Nakamura criou seu próprio estúdio independente, o Unseen, para exercer sua paixão e arte em seus próprios termos, respeitando os limites da sua saúde, motivo que a afastou da rotina dos estúdios.

Mulheres fortes por mulheres fortes

As atuações de mulheres no mundo dos games são inúmeras, mas a de Rihanna Pratchett é, sem dúvidas, uma que serve de inspiração, por ressignificar todo um conceito de personagem. Ainda na era do PlayStation 1, a Eidos Interactive publicou o primeiro Tomb Raider e introduziu o mundo à nossa amada e destemida Lara Croft.

Contudo, mesmo com os gráficos limitados da geração, a personagem foi hipersexualizada por quase duas décadas. Suas histórias focavam cada vez menos em sua jornada, e mais em colocá-la em situações que favorecessem seus atributos físicos, até que em 2013, Pratchett escreveu o roteiro do reboot da série que explodiu por trazer uma Lara Croft mais humana.

Além de mergulhar na construção de uma heroína cheia de questionamentos, nuances, dúvidas e medos, o roteiro de Pratchett descrevia Lara também com um corpo e visual menos sexualizados. 

O sucesso foi tanto que abriu as portas para a criação de novas personagens femininas igualmente fortes e humanas, como Abby, em The Last of Us: Parte 2. A nova tendência trouxe às jogadoras muito mais senso de reconhecimento e representatividade, com personagens menos sexualizadas, mais reais e fáceis de se identificar.

A história dos videogames é toda permeada pelas trajetórias de muitas mulheres, dentro e fora das telas. Celebrar o Dia Internacional das Meninas e Mulheres na Ciência é reforçar que somos mais que personagens, mas diretoras, roteiristas e criadoras de toda uma jornada que influencia e direciona uma das indústrias e formas de entretenimento mais fortes do mundo moderno.

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