Mistério dos campos magnéticos solares pode ter sido resolvido

De acordo com um novo estudo publicado na Nature, os campos magnéticos do Sol, responsáveis pelas erupções solares e ejeções de massa coronal (CMEs), estariam próximos da superfície solar, e não em camadas profundas da estrela, como se pensava até então.

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Usando um supercomputador da NASA e técnicas de heliosismologia, os pesquisadores descobriram que o campo magnético do Sol é gerado cerca de 64.000 quilômetros abaixo de sua superfície.

Essa parece uma enorme profundidade — caberiam mais de 5 planetas do tamanho da Terra enfileirados — mas, em proporções solares, representa apenas 10% do plasma solar mais externo.


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Cientistas sabem há algum tempo que os fenômenos relacionados ao clima espacial (ventos e tempestades solares, por exemplo) são provocados por campos magnéticos do Sol. Mas ainda há algum debate sobre como esses campos são formados.

O novo estudo sugere que o dínamo solar ocorre mais perto da fotosfera do que se pensava (Imagem: Reprodução/Kelvinsong/Wikimedia Commons)

Modelos atualmente mais aceitos sugerem que o magnetismo solar é formado pelo movimento do plasma nas áreas inferiores da zona de convecção. Contudo, a nova pesquisa revela que a origem dos campos magnéticos pode estar em camadas muito menos profundas.

Para esses resultados, a equipe observou em suas simulações a estabilidade do plasma na superfície do Sol, para ver se mudanças nessa região seriam suficientes para produzirem os campos magnéticos. Eles notaram que as perturbações que ocorrem ali são o suficiente para evoluir nas estruturas magnéticas complexas encontradas em nossa estrela.

A equipe também fez simulações de nossa estrela para ver como seria se a fonte dos campos magnéticos estivesse em regiões mais profundas. O resultado foi uma concentração de manchas solares nos pólos norte e sul do Sol, o que não corresponde com a realidade — as manchas observadas nos telescópios aparecem perto do equador.

Keaton Burns, membro da equipe e cientista pesquisador do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, disse que “este resultado pode ser controverso”. No entanto, se a descoberta estiver correta, o estudo será crucial para novos modelos de previsão de erupções solares e tempestades geomagnéticas.

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