Acusado de omitir denúncias contra Silvinei Vasques se aposenta da PRF

Corregedor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF) no governo Bolsonaro, Wendel Benevides Matos se aposentou voluntariamente nesta segunda-feira (3/6). Matos foi um dos alvos dos mandados de busca e apreensão cumpridos na operação da Polícia Federal (PF) que prendeu o ex-diretor-geral da corporação, Silvinei Vasques, em agosto de 2023.

De acordo com as investigações, Matos teria deixado de enviar à Controladoria-Geral da União (CGU) pelo menos 23 denúncias contra Vasques. Entre as denúncias omitidas, estavam as que se referiam aos bloqueios da PRF no segundo turno das eleições de 2022.


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Em 2020, Matos foi coordenador-geral da Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, então comandado por Damares Alves. Ele foi nomeado por Bolsonaro para a Corregedoria da PRF em 2021 e tinha mandato até novembro de 2023.

Matos foi exonerado em abril, quando a direção nomeada por Lula apontou “indícios de distorções técnicas, parcialidade, interferência e uso não isonômico das ferramentas de correição pelo atual corregedor-geral”.

A nova direção verificou a diferença no tratamento dado a agentes que declaravam apoio a Lula em 2022, com a abertura de processos disciplinares por esse motivo, ao contrário de agentes como o próprio Silvinei Vasques, que haviam usado suas redes sociais para declarar votos a Bolsonaro.

Matos chegou a recorrer da exoneração, mas a apelação foi negada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) e pela Justiça Federal em Santa Catarina em abril e junho de 2023. Em agosto, a PF cumpriu mandados contra o ex-corregedor, investigado pelas denúncias de parcialidade.

Atualmente lotado na Universidade Corporativa da Polícia Rodoviária Federal, Matos se aposenta com subsídios integrais, ou seja, terá benefícios de R$ 25 mil mensais.

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