Filme brasiliense leva prêmio de Melhor Curta Internacional em Ibiza

O curta-metragem brasiliense As Miçangas conquistou o prêmio de Melhor Curta-Metragem no Festival Internacional de Cinema Independente de Ibiza deste ano. A produção concorreu com outros 19 trabalhos. 

“Que honra imensa! As Miçangas acaba de receber o prêmio de melhor curta internacional do Festival de Ibiza, representando o Brasil em meio a outros 19 títulos das mais diversas partes do mundo. Obrigado ao festival e o júri por nos receberem com o coração tão aberto”, comemoraram os diretores Rafaela Camelo e Emanuel Lavor no Instagram. 


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A produção, que também passou pelo Festival de Berlim, fala sobre um assunto forte e delicado “O filme propõe uma reflexão sobre aborto dentro de um recorte sutil. A intenção não é só falar sobre como o aborto é comum e cotidiano a muitas mulheres, mas também refletir sobre culpa e fraternidade”, avaliam os diretores em entrevista ao Metrópoles.

Segundo Rafaela, eles optaram por trabalhar com sutilezas e passar a mensagem do curta com a criação de diferentes atmosferas. A técnica escolhida pela dupla funcionou e levou o filme a diferentes festivais de cinema.

Sobre aborto e mulheres

Levar a discussão sobre aborto para as telonas não foi simples, mas contou com uma base de mulheres que mostram que o mercado cinematográfico também é para elas. Rafaela Camelo pontua que existe a ideia de ampliar a participação de mulheres nas áreas técnicas e criativas dentro do cinema, mas lembra que trabalhar na área ainda é difícil para elas.

“Esse filme, especificamente, tem a participação bastante grande de mulheres. É algo que a gente fala hoje com muito orgulho, que a gente teve uma equipe de câmera majoritariamente feminina, mas é algo que a gente não gostaria que fosse uma surpresa ou que fosse uma novidade.”

A diretora de fotografia do curta, Joanna Ramos, reforça que a porcentagem de mulheres nas áreas técnicas de câmera ainda é muito pequena. Por isso, ser parte da equipe de um produto que disputa o Berlinale é ainda mais importante.

“Poder representar as mulheres num festival desta escala é muito simbólico. Temos que tomar esses espaços que também são nossos”, defende. 

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