Israel reconhece dificuldade em relações diplomáticas com a América Latina, após atos e declarações antissemitas de algumas lideranças

 

O Ministério das Relações Exteriores de Israel reconheceu, nesta quarta-feira (6), que o relacionamento entre o país e nações da América Latina nunca foi tão difícil.

“Este é definitivamente o teste mais difícil no relacionamento entre a América Latina e Israel”, disse Jonathan Peled, vice-diretor geral da divisão para América Latina e Caribe.

O diplomata se referia às críticas e ações tomadas por vários líderes do continente contra Israel por causa da guerra na Faixa de Gaza e o alto número de mortos no conflito.

Peled citou, pelo nome, ao menos três presidentes que, segundo ele, teriam feito declarações antissemitas relacionadas à guerra: Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o colombiano Gustavo Petro e o chileno Gabriel Boric – todos chefes de Estado de esquerda.

Sobre Lula, o diplomata repetiu que o presidente cruzou uma “linha vermelha” ao associar o extermínio de judeus pelo ditador nazista Adolf Hitler à guerra em Gaza.

O Ministério da Defesa do Chile, por sua vez, anunciou que empresas israelenses serão excluídas da maior feira aeroespacial e de defesa da América Latina.

Já a Colômbia informou a suspensão de todas as compras de armas de Israel por sua ofensiva militar contra Gaza.

Sobre o tamanho dos danos nas relações com esses países, Peled afirmou que “ainda é cedo para julgar. A história dirá, mas definitivamente este é um dos desafios e testes mais graves e difíceis que enfrentamos na relação entre a América Latina e Israel”.

Ele lembrou, no entanto, que vários “grandes líderes, políticos e diplomatas latino-americanos estiveram presentes e atuaram na criação do Estado de Israel”. Citou ainda o nome Oswaldo Aranha, que presidiu a sessão da Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) e que levou à criação de Israel.

Jonathan Peled também pontuou que não vê razões para que as dificuldades não sejam superadas, lembrando que Israel tem relações com todos os países da região, com exceção de Cuba, Venezuela e Bolívia – todos países também governados pela esquerda.

Fonte: CNN Brasil

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