Haddad defende “empurrar” para assinar acordo Mercosul-União Europeia

Em agenda na Itália, o ministro da Fazenda do Brasil, Fernando Haddad, disse nesta terça-feira (4/6) que as negociações em torno do acordo Mercosul-União Europeia estão acontecendo e “há muita boa vontade” por parte da maioria dos membros dos dois blocos.

“Entendemos que precisamos empurrar um final para que isso acabe acontecendo. Já são aí quase duas décadas de negociação, mas eu creio que há um amadurecimento de parte a parte e que juntos nós poderemos fazer melhor. Temos economias complementares, temos muito a ganhar nessa parceria”, disse ele em coletiva de imprensa ao lado do ministro de Finanças da Espanha, Carlos Cuerpo.

Segundo Haddad, o acordo Mercosul-UE não é só econômico, mas também expressa a sintonia cultural e do ponto de vista de valores entre os dois blocos, a começar da democracia, que “se encontra em risco em várias partes do mundo”, disse. “É uma aliança que pode animar muito não apenas os negócios, mas as parcerias em todos os âmbitos”, concluiu.


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A expectativa era de que as negociações fossem concluídas durante a presidência do Brasil no Mercosul, entre julho e dezembro do ano passado. No entanto, as tratativas esbarraram na resistência do presidente da França, Emmanuel Macron, e na ameaça de Javier Milei, que havia acabado de ser eleito presidente da Argentina, de deixar o bloco sul-americano.

O presidente francês chegou a chamar o texto de “antiquado” e “contraditório”. “Sou contra o acordo Mercosul-UE, porque acho que é completamente contraditório com o que ele [Lula] está fazendo no Brasil e com o que nós estamos fazendo, porque é um acordo que foi negociado há 20 anos, e que tentamos remendar, mas está mal remendado”, disse Macron.

Caso aprovado, o acordo reduzirá barreiras comerciais, tarifárias e não tarifárias das nações, o que poderia impulsionar o comércio e o crescimento econômico.

Haddad na Itália

Haddad está na Itália para promover as ações do Brasil à frente do G20, grupo formado pelos ministros de finanças e chefes dos bancos centrais das 19 maiores economias do mundo mais a União Africana e União Europeia.

Além de ter reuniões bilaterais em Roma, capital da Itália, ele vai participar de audiência com o papa Francisco, no Vaticano, na quinta-feira (6/6).

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