Médicos e infectologistas de Nova York relatam a ocorrência de um fungo sexualmente transmissível. Pela primeira vez, foi identificado um paciente, de 30 anos, com uma infecção causada pelo Trichophyton mentagrophytes tipo VII (TMVII) nos Estados Unidos.
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Considerado raro e limitado a poucos países do mundo, o fungo é conhecido por causar micose intensa, com erupções cutâneas dolorosas no rosto, na virilha e nos pés. Eventualmente, outras partes do corpo podem ser afetadas.
A infecção fúngica transmitida sexualmente pode ser tratada, segundo os autores do relato de caso publicado na revista JAMA Dermatology. No entanto, o tratamento é longo e pode deixar cicatrizes no paciente.
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Novo fungo nos EUA
Liderado por médicos e pesquisadores da Universidade de Nova York (NYU), o estudo foca no primeiro caso da infecção fúngica nos EUA. É um homem, de 30 anos, que desenvolveu a doença após uma viagem internacional, com paradas na Inglaterra, Grécia e Califórnia. Até então, existem alguns relatos do tipo na França, mas ele não chegou ao país.
Durante o período de férias, o paciente afirma ter feito sexo com vários parceiros do sexo masculino, confirmando a forma de transmissão. Em partes, essa origem remete ao começo do surto de Mpox entre os anos de 2022 e 2023.
Para confirmar que as lesões eram causadas pelo novo fungo, os médicos realizaram testes genéticos em amostras de pele do paciente. Após o diagnóstico e tratamento, o indivíduo se recuperou.
“Os profissionais de saúde devem estar cientes de que Trichophyton mentagrophytes tipo VII é a mais recente de um grupo de infecções cutâneas graves que já chegou aos EUA”, avisa Avrom S. Caplan, professor assistente de dermatologia na NYU e principal autor do estudo, em nota.
Doenças fúngicas em expansão
De forma paralela, outros fungos próximos geneticamente do Trichophyton mentagrophytes estão se espalhando nos EUA entre homens e mulheres. É o caso do Trichophyton indotineae, identificado originalmente na Índia.
Novamente, este é um tipo de fungo resistente aos medicamentos antifúngicos comuns, sendo necessário o uso de remédios de última geração, como o itraconazol.
A dificuldade no tratamento é causada pelo fato de que a espécie desenvolveu mutações no código genético que impedem alguns medicamentos de romper a barreira protetora — é como se eles tivessem um escudo protetor muito mais forte que o normal.

“Essas descobertas oferecem uma nova visão sobre como algumas das infecções fúngicas da pele que se espalham pelo Sul da Ásia podem escapar de nossas terapias comuns”, destaca o professor Caplan.
No momento, o consenso é que a saúde pública dos EUA não está em risco por causa da disseminação desses fungos. Entretanto, os profissionais de saúde precisam se atentar para realizar o diagnóstico correto, impedindo eventuais surtos.
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