Nunes diz que barco da Billings sai em março, mas Marinha não dá prazo

São Paulo — O prefeito Ricardo Nunes (MDB) afirmou na manhã desta quinta-feira (7/3) que o transporte por barco na Represa Billings, na zona sul de SP, deverá começar a funcionar até o “último dia do mês de março”. O início da operação do Aquático SP, como é chamado, já foi adiado diversas vezes desde o ano passado.

Apesar da declaração do prefeito, a Capitania dos Portos de São Paulo, vinculada à Marinha do Brasil, ainda analisa a documentação apresentada pela administração municipal e não dá estimativa de prazo para a emissão das licenças necessárias para o início da operação.

“Até o último dia do mês de março. Dever ser próximo aos últimos dias de março”, afirmou Nunes, em entrevista nesta quinta. “Até o final de março a gente vai estar iniciando o projeto do transporte aquático, hidroviário. Nós tivemos problemas com relação à questão das licenças e é natural que aconteça isso. A gente vai adequando, mas não está assim tão fora do nosso cronograma”, disse o prefeito.

Nunes voltou a citar a importância do transporte aquático para os moradores da região e afirmou também que o barco poderá ser usado para turismo aos fins de semana na Billings, que, segundo o prefeito, “é muito bonita”.

O Aquático é um barco com capacidade para 60 passageiros por viagem que vai ligar o Cantinho do Céu, no Grajaú, à região da Pedreira, uma distância de cerca de 5,6 km. A prefeitura promete que o trajeto será feito em apenas 15 minutos e que vai transportar cerca de 10 mil pessoas por dia, em um sistema interligado ao bilhete único. Hoje, quem vive na região gasta cerca de 1h20 para deixar o bairro, superpopuloso e com poucas rotas de saída por transporte terrestre.

Como o Metrópoles mostrou na última semana, não é a primeira vez que Nunes promete o início da operação. Já deu como prazo outubro e novembro do ano passado e, em janeiro, chegou a publicar vídeo em sua conta no Instagram dizendo que funcionaria em fevereiro.

Marinha

Questionada pela reportagem na última sexta-feira (1/3) sobre quando serão fornecidas as licenças necessárias para a operação do Aquático SP, a Marinha respondeu nesta quinta à tarde e não deu prazo para a conclusão das análises.

“As análises realizadas pela Marinha do Brasil, na qualidade de Autoridade Marítima, estão voltadas exclusivamente à questões relacionadas à segurança da navegação, salvaguarda da vida humana e prevenção da poluição hídrica proveniente de embarcações”, disse. “Dessa forma, todas as ações administrativas cabíveis estão pautadas pelas Normas da Autoridade Marítima (Norman) e aquelas que ensejem a emissão de licenças serão concluídas após a conclusão da análise dos processos protocolados junto à Capitania dos Portos de São Paulo (CPSP)”, respondeu, sem apresentar uma data.

A Marinha também foi questionada se a prefeitura não entregou ou deixou de apresentar algum laudo ou documento referente à operação das embarcações, bem como dos terminais. A CPSP disse que os processos referentes ao Aquático encontram-se em fase de análise documental, “tendo sido realizadas algumas vistorias ‘in loco’ e outras programadas, visando garantir a segurança de todo o processo”.

A autoridade marítima também não descartou novos pedidos. “Eventuais necessidades adicionais, caso hajam, serão tempestivamente comunicadas ao órgão competente”, afirmou.

Além da Marinha, a liberação do Aquático passou ainda pela análise da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb).

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