Governo e mineradoras testarão em cidade projeto contra “novo cangaço”

Representantes do governo federal e de mineradoras se reúnem na próxima semana para definir a primeira cidade a receber um projeto piloto de treinamento em segurança pública para municípios que possuem extração de minério.

O objetivo é combater grupos criminosos do chamado “novo cangaço” e impedir que “toquem o terror” na cidade enquanto assaltam a mineradora.

Esse treinamento para cidades com mineradoras é previsto no termo de colaboração entre o Ministério da Justiça e o Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), assinado em 5 de janeiro pelo então ministro interino, Ricardo Cappelli, e pelo vice-presidente do Ibram, o general Fernando Azevedo.

No começo de fevereiro, o Ibram sugeriu as seguintes cidades com mineradoras para o início do projeto de segurança: Paracatu (MG); Crixás (GO) e Jacobina (BA).

Também é previsto um quarto município na Bahia. O nome da cidade baiana será escolhido em acordo com a Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), órgão que compõe o Ministério da Justiça.

Uma dessas cidades será escolhida para o projeto piloto: a decisão acontece na reunião entre governo e Ibram. O encontro estava marcado para essa terça-feira (20/2), mas foi adiado para a próxima semana.

Cidades com mineradoras

Paracatu, na região noroeste de Minas Gerais, possui a maior mina de ouro do mundo a céu aberto (foto em destaque). A mineração é realizada pela empresa canadense Kinross Brasil Mineração, que integra o grupo canadense Kinross Rolg Corporation.

Em Goiás, a empresa AngloGold Ashanti Brasil extrai ouro do município de Crixás desde 1989. Já em Jacobina, na Bahia, a canadense Pan American Silver opera em cinco minas de ouro subterrâneas.

O foco do acordo de cooperação com o governo federal são as mineradoras que extraem alto valor em volume menor, como é o caso do ouro.

Entre 2010 e 2019 foram registradas 11 ações de roubos contra empresas de ouro e pedras preciosas, segundo o Ibram.

Sigilo

Detalhes do acordo de cooperação, como a íntegra do plano de trabalho, não foram divulgados e são considerados sigilosos por ter informações sensíveis de segurança pública.

O acordo não autoriza repasses financeiros, mas prevê a criação de planos de segurança para as cidades selecionadas.

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