Tarcísio pega missão de Bolsonaro e dá jantar para selar vice de Nunes

São Paulo — O jantar marcado para a noite desta quarta-feira (19/6), por Tarcísio de Freitas (Republicados), no Palácio dos Bandeirantes, que reunirá dirigentes de 11 partidos para decidir o nome do vice de Ricardo Nunes (MDB) em sua campanha de reeleição para a Prefeitura de São Paulo, é uma missão do governador para atender pedido direto do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Tarcísio, que completa 49 anos nesta quarta, está empenhado na construção de um consenso ao redor do coronel da reservada Polícia Militar Ricardo Mello Araújo (PL) a ponto de assumir a dianteira das negociações, ceder o local do encontro e telefonar diretamente para todos os aliados e fazer a conversa acontecer.

O governador estará em Nova York na semana que vem e quer tirar o assunto de sua frente antes da viagem.

Segundo aliados, o coordenador da campanha de Nunes, Baleia Rossi, presidente do MDB, entendeu que o jantar serviria para Tarcísio, um dos aliados do prefeito, levar formalmente o nome do coronel da reserva da Polícia Militar Ricardo Mello Araújo aos demais.

Se fosse Baleia o organizador, a mensagem seria que Mello Araújo é um nome apresentado por Nunes para os companheiros, o que não é o caso.

Missão do ex-presidente

Apesar da indicação do ex-presidente, Mello Araújo não era um nome de consenso nem mesmo entre bolsonaristas, que teriam outros vices para apresentar, como a vereadora Sonaira Fernandes (PL), ex-funcionária de gabinete de Eduardo Bolsonaro.

Bolsonaro, contudo, disse a Tarcísio no começo do mês que a decisão estava tomada e que caberia ao governador acatá-la.

Parte dos aliados já deu aval ao coronel, levando em consideração o fato de que nenhum deles quer criar entraves a Nunes ou contrariar Bolsonaro. Gilberto Kassab (PSD), secretário de Governo de Tarcísio, Ciro Nogueira, do PP, e Marcos Pereira, do Republicanos, afirmaram não ter objeção ao coronel.

Outro aliados, porém, já externaram resistência ao nome, como o presidente estadual do União Brasil, Milton Leite, que insinuou, na terça, a vereadores da capital, que o PM não tem votos. Há expectativa de que Leite possa liderar um movimento de resistência ao nome.

Para integrantes do grupo de Nunes, Tarcísio pode não ter condições de não entregar a missão cumprida ao ex-presidente, ainda mais em um momento de especulações acerca de seu próprio futuro político.

A dúvida entre os aliados é se o objetivo do jantar é reafirmar que a decisão de Bolsonaro está tomada e convencer todos da também acatar o nome ou se Tarcísio tentará, na reunião, buscar elementos fortes que possam ser levados ao presidente para convencê-lo da inviabilidade do coronel.

Gozando de índices positivos de aprovação, Tarcísio é cotado como principal nome da direita para concorrer às eleições presidenciais de 2026. Mas Valdemar Costa Neto, presidente do PL, partido com maior bancada e maior fatia do fundo eleitoral, fez circular nesta semana uma propaganda partidária deixando claro que, caso Bolsonaro se mantenha inelegível até as próximas eleições, será o ex-presidente quem escolherá o candidato ao Palácio do Planalto e o nome do vice a ter apoio do partido.

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