Patrícia Poeta faz desabafo no Dia da Mulher: “Lutei para chegar aqui”

Patrícia Poeta usou as redes sociais, nesta sexta-feira (8/3), para fazer uma reflexão sobre o Dia da Mulher. No Instagram, a apresentadora do Encontro publicou uma foto e escreveu um longo texto para desabafar sobre as situações que enfrentou na vida e explicar sobre a importância da data e de falar sobre as causas femininas.

“Março chegou e junto com ele o mês da mulher. Mas espera aí! Um mês para as mulheres? Sim! Em pleno 2024 ainda precisamos de um mês para afirmações femininas. Ah, mas isso é bobeira, dirão alguns! Vou tentar em poucas palavras explicar a importância de não só nos 31 dias de março, mas também nos 365 dias do ano falarmos sobre causas femininas”, começou escrevendo.

Em seguida, Patrícia apresentou dados sobre o tema: “Somente em 2023, a Central de Atendimento à Mulher recebeu quase 75 mil denúncias de violência contra mulheres. No mesmo ano, o estado de São Paulo registrou o maior número de casos de feminicídio desde 2018. Segundo números da CNJ, mulheres ainda são as maiores vítimas de tráfico humano internacional, representando mais de 96% do total. Mas quando lemos sobre esses dados, de alguma forma, se não acontecem com a gente, eles parecem distantes… então, vamos para realidades mais próximas”.


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E continuou: “Quantas de nós ainda temos que fazer jornada dupla, tendo que trabalhar fora e depois lidar com as tarefas de casa? Além de não termos a valorização que merecemos do nosso trabalho, muitas vezes, lidamos com uma remuneração desigual. Fazemos o mesmo trabalho, mesma jornada, mesmo tudo, mas pelo simples fato de sermos mulheres, em muitas empresas, ganhamos menos. É possível dizer então que ser homem é mais lucrativo do que ser mulher. Mas por que?”, questionou.

Patrícia Poeta respondeu sobre a questão no texto. “Porque a sociedade patriarcal em que vivemos, ainda nos coloca como seres de segunda categoria. A todo tempo precisamos provar nosso direito de conquistar os espaços em que estamos. Ser mulher é uma eterna prova de resistência para alcançar a liderança do BBB da vida real”, disparou.

“Em pleno 2024, temos que ver nossos corpos julgados nas redes sociais, programas de TV, que acham que isso ainda é entretenimento – e sites que fazem comparações absurdas. Então me digam: dá para aceitar e normalizar esse tipo de falta de respeito com a mulher? Não, não dá”, complementou.

Patrícia, então, falou sobre as coisas que ouviu ao longo da sua carreira.

“A ideia desse post é apenas lembrar que todo o dia lutamos pra sermos reconhecidas e valorizadas. Quantas vezes já tive que ouvir que cheguei aonde cheguei por ser ‘mais um rostinho bonitinho na TV’… Mas espera aí! E todos os meus estudos, meus corres para fazer acontecer, o fato de ter saído com uma mão na frente e outra atrás lá do Sul para vir para São Paulo tentar uma oportunidade, só com a cara e a coragem?”, escreveu ela.

Ela seguiu com o desabafo: “Cheguei só com uma fita cassete e muito sangue no olho para fazer dar certo. Bati em portas, fiz testes e quando tive minha primeira oportunidade, o salário não dava para pagar aluguel e comida. Então, fazia freelas para completar a renda e fazer as coisas acontecerem de fato. Mas como é fácil minimizar nossos feitos, não?!”.

“Eu lutei para chegar aqui, engoli sapos, ouvi piadinhas machistas, mas nada foi capaz de me fazer desistir da minha meta. Estive nas cadeiras mais importantes do jornalismo. Hoje tenho um programa diário no horário nobre das manhãs da maior emissora do país. E o mais importante: sou ouvida e posso abrir espaço para que outras mulheres também sejam. Sim, porque mais relevante do que chegar até aqui é abrir caminho para outras, assim como foram abertos para mim”, disparou.

A apresentadora encerrou o texto com uma análise e um recado para as mulheres:

“Ser mulher não é sobre concorrência, mas sim sobre empatia, união e, principalmente, sobre olhar para trás e pensar: mesmo com toda adversidade e num mundo que não foi pensado para nós, mulheres, somos capazes de fazer acontecer. Por isso, comemorem sempre suas vitórias, grandes ou pequenas, não só no mês de março. Celebrem suas tentativas, mesmo que não saiam como o planejado. E nunca se deixem diminuir por nada, nem ninguém. Viva nós, mulheres! Feliz dia, feliz ano todo a vida toda! Juntas somos mais fortes!”, finalizou.

 

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