Ciência da felicidade: entenda o papel da serotonina no organismo

Responsável pela regulação do humor e pelas sensações de bem-estar, a serotonina desempenha um papel importante no corpo humano. O neurotransmissor, popularmente conhecido como o “hormônio da felicidade”, influencia várias funções do organismo.

Marco Aurélio Borges, neurologista do Instituto de Neurologia de Goiânia (ING), explica as principais funções do neurotransmissor da felicidade e os principais benefícios para o corpo. De acordo com ele, a serotonina não funciona só. 

“Existem alguns neurotransmissores que, juntos, proporcionam uma sensação de bem-estar. A serotonina, a dopamina e a endorfina são grandes aliadas quando funcionam juntas. Cada uma desempenha um papel importante no organismo”, aponta Borges. 

A serotonina age com a regulação do humor e do sono e na capacidade de atenção. A dopamina é responsável pela regulação dos movimentos corporais, memória e pela sensação de recompensa. E a endorfina funciona como um analgésico e promove sensação de bem-estar físico e emocional, amenizando estresse, ansiedade e depressão. 

Sendo assim, quando esses neurotransmissores estão em pleno funcionamento, é normal que a pessoa esteja:  

  • Bem-humorada: por promover sentimentos de felicidade.
  • Dormindo bem: porque a serotonina influencia na produção de melatonina, o hormônio que regula o sono. 
  • Com desejos de uma alimentação saudável: por causa da produção e liberação no trato gastrointestinal, influenciando nos processos digestivos.
  • Experimentando níveis positivos de ansiedade: por trazer sensações de bem-estar. 

No entanto, a serotonina não é a única responsável por essas situações. Por dependerem também de outros fatores, a pessoa pode estar com o nível de serotonina adequado, sem experimentar essas sensações.

Produção da serotonina

Segundo o neurologista Marco Aurélio Borges, a serotonina pode ser encontrada, na maior parte, no trato gastrointestinal. Além de estar presente nas plaquetas sanguíneas e no sistema nervoso. 

“Ao contrário do que a maioria das pessoas pensa, a serotonina não foi descoberta no sistema nervoso central. Ela foi encontrada primeiro nas plaquetas do sangue e só depois foi notada no sistema nervoso central”, explica Borges. 

Presente no sangue, o neurotransmissor auxilia na coagulação nos casos de feridas ou lesões. No trato gastrointestinal, a serotonina ajuda a controlar o funcionamento dos intestinos e a movimentação dos alimentos pelo sistema digestivo.

No cérebro, a serotonina atua em várias áreas que controlam o humor e a ansiedade. Níveis adequados de serotonina são associados às sensações de bem-estar e felicidade enquanto baixos níveis podem contribuir para condições como depressão e ansiedade.

Influências externas 

A produção de serotonina também pode sofrer influência externa, como, por exemplo, a ingestão de alimentos ricos em triptofano, a prática de exercícios físicos e a exposição à luz solar. 

Cerca de 80 a 90% da serotonina é produzida no trato gastrointestinal. Por isso, estados emocionais negativos, como ansiedade e tristeza, costumam estar associados a transtornos digestivos.

“Alimentos como peixe, leite, banana e pão integral podem auxiliar no aumento da serotonina, pois a molécula triptofano se transforma no neurotransmissor em contato com o trato gastrointestinal”, pontua Borges. 

A luz solar também pode aumentar a produção de serotonina, o que explica, em parte, porque as pessoas tendem a sentir-se mais felizes e energizadas em dias ensolarados. 

Como identificar níveis baixos de serotonina? 

Para a terapeuta psicanalista Mariana Sellva, o autoconhecimento é um ponto chave para a regulação da serotonina. “Se conhecer e se perceber a cada momento é importante para entender quando o corpo está pedindo atenção”, acrescenta.

Sinais que podem indicar baixa serotonina:

  • mau humor
  • dificuldade para dormir
  • fadiga
  • irritabilidade
  • aumento de sensações ruins, como tristeza

No entanto, é importante pontuar que o desenvolvimento da depressão e da ansiedade não tem relação exclusiva com a falta ou excesso de serotonina no organismo.

Esses transtornos mentais aparecem, principalmente, por causa de desequilíbrios na comunicação entre as células nervosas, que é influenciada pela liberação de mais ou menos serotonina.

Metrópoles Talks

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Os ingressos estão esgotados.

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