Crítica Avatar: O Último Mestre do Ar | Dominando os elementos com dificuldade

Avatar: A Lenda de Aang é um desenho animado que cativou milhões de fãs em todo mundo, além de ser uma das animações mais elogiadas das últimas décadas. A série ganhou prêmios ao longo de sua exibição na TV americana e rendeu uma continuação e uma adaptação bastante equivocada para os cinemas.Só que, justamente por ser tão popular, os fãs sempre quiseram ver essa história ir além.

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A chegada de uma nova tentativa em traduzir a história de Aang e a luta contra a Nação do Fogo para o universo live-action animou muitos fãs, principalmente pela participação dos criadores da animação. Não demorou muito para essa empolgação sumir, já que eles deixaram a produção por conta de “diferenças criativas”.

 

Com a estreia da primeira temporada de Avatar: O Último Mestre do Ar na Netflix, consigo imaginar que parte do público vai achar a adaptação muito divertida e torcer pelo anúncio de uma nova temporada. Ao mesmo tempo, fãs mais fervorosos do desenho original provavelmente encontrarão problemas na forma como tudo foi adaptado, como aconteceu com a recente série live-action de One Piece.


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E, após oito episódios, posso dizer que ambos os lados estão corretos.

Dobrando elementos meio sem jeito

A adaptação de Avatar pela Netflix resume a primeira temporada da animação, amontoando os seus 20 episódios em aproximadamente oito horas. Isso não chega a ser um problema tão grave, já que a série faz algumas mudanças que, de fato, funcionam e tornam a história um pouco mais ágil, mas ao mesmo tempo atropela momentos que poderiam ser trabalhados de maneira um pouco diferente.

A série conta basicamente a mesma história de um mundo dividido em povos capazes de dominar um dos quatro elementos da natureza. Para unir esses povos e servir como uma espécie de guerreiro supremo e guia espiritual, existe sempre um Avatar, uma figura que é capaz de dominar todos os elementos.

Aang despertando em Avatar: O Último Mestre do Ar (Imagem: Divulgação/Netflix)

Sempre avançando em uma ordem para cada um dos povos, a trama mostra Aang, um membro da tribo dos Nômades do Ar, que é a reencarnação do Avatar desta geração. O jovem de apenas 12 anos está distante quando seu povo é atacado pela Nação do Fogo, que massacra todos os membros da tribo em busca desse lendário Avatar.

Aang estava retornando para sua vila quando acabou preso em um bloco de gelo, ficando ali pelos próximos 100 anos. A trama começa de verdade quando ele é libertado por dois irmãos da Tribo da Água, Katara e Sokka, que o ajudam em uma jornada para dominar os seus poderes. Ao mesmo tempo, o príncipe da Nação do Fogo, Zukko, está em busca do Avatar e segue perseguindo o grupo.

Zukko e seu tio, Iroh, em Avatar (Imagem: Divulgação/Netflix)

Esse é o resumo mais simples que poderia ser dado sobre a primeira temporada de Avatar e que funcionaria tanto para a versão live-action quanto para a animação. No entanto, a série da Netflix tem alguns problemas relacionados ao seu tom que acabam tornando a produção bastante confusa.

Enquanto o desenho é elogiado pela forma como aborda assuntos sérios, como imperialismo e genocídio, e ainda ser divertida e indicada a um público infanto-juvenil, a versão com atores parece não saber muito bem o que quer ser. Em alguns momentos, ela é bastante séria e pesada, apenas para a cena seguinte ser boba e leve. 

Existem episódios muito legais, enquanto outros são confusos por terem uma oscilação na ideia que querem passar. Isso acaba tirando o peso de vários acontecimentos e prejudica bastante a atuação dos atores principais. 

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Atores com falta de vitamina D

O Time Avatar em versão live action (Imagem: Reprodução/Netflix)

O quarteto principal da versão live-action de Avatar não é ruim, com Gordon Cormier (The Stand) sendo um Aang carismático, ainda que você perceba que ainda falta um pouco de experiência para o ator de 15 anos. Ian Ousley (13 Reasons Why) é um Sokka que parece mais sério que o personagem do desenho, mas ele ainda funciona relativamente bem no papel.

Os destaques do quarteto ficam para Kiawentiio (Anne com um E) como Katara, e Dallas Liu (Shang Chi e a Lenda dos Dez Anéis) como o príncipe Zukko. A atriz consegue salvar várias cenas que compartilha com Cormier e Ousley, enquanto Liu consegue traduzir bem o trauma vivido por Zukko e os motivos por trás de sua caçada ao Avatar.

O resto do elenco é interessante, com alguns destaques como a presença de Paul Sun-Hyung Lee (The Mandalorian) como o Tio Iroh, e Daniel Dae Kim (Lost) como o Senhor do Fogo Ozai, mas a história acaba focando nos quatro personagens citados. O maior problema para esses atores é que muitos diálogos entre eles são bem infantis, além da quase total ausência de sets físicos na série.

Um dos poucos momentos em que tiraram o elenco do estúdio (Imagem: Divulgação/Netflix)

Durante toda a temporada, é impressionante ver como a Netflix, tentando reduzir os custos, gravou quase toda a série em estúdio. É compreensível que trechos com localidades fantasiosas sejam gravados em locais fechados e trabalhados na pós-produção, mas até mesmo sets simples parecem ser extremamente “de mentira”.

A impressão que fica é que o elenco quase não viu a luz do sol por meses, já que estava preso de um set com fundo azul em algum lugar do Canadá, onde a série foi gravada. E o real problema é que esse tom artificial acaba impactando nas atuações, já que nada nas cenas parece de verdade, nem os sentimentos dos protagonistas.

Os efeitos especiais são aceitáveis para uma série de streaming, ainda que nada chame muito a atenção. Existem momentos em que eles são esquisitos, mas de alguma forma, funcionam nas cenas de ação. As lutas são divertidas, com algumas sendo mais elaboradas que as outras, mas nada que vá marcar os espectadores.

Chegando ao final dos oito episódios, particularmente, posso dizer que gostei da adaptação. É visível que ela tem problemas de ritmo e vários pontos que precisam ser melhorados, mas no geral, consegui entender bem a história e me divertir com os personagens.

 

Compreendo que muitos fãs vão torcer o nariz para algumas mudanças, mas assim como aconteceu com One Piece, existe uma chance enorme de muita gente que nunca assistiu ao desenho se interessar por ele depois de ver o live-action. Só isso já faz valer a estreia.

Avatar: O Último Mestre do Ar está disponível na Netflix.

Leia a matéria no Canaltech.

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