PSB critica a reação de senadora sobre dívida: “Deveria dar exemplo”

O Partido Socialista Brasilieiro (PSB) criticou a reação da senadora  Leila Barros (PDT-DF) ao ter o carro destinado a leilão para pagar uma dívida com o PSB, antigo partido de Leila. O Chevrolet Tracker, modelo 2016, com 92.733 quilômetros rodados, foi arrematado na sexta-feira (8/3).

O entendimento do partido é de que, como representante do povo, a senadora deveria “dar exemplo, respeitando as decisões judiciais e honrando os seus compromissos”, informou o PSB em nota.

“Assim, causa espanto que, mesmo recebendo vencimentos equivalentes ao teto do funcionalismo público, a senadora nunca tenha buscado pagar ou negociar a sua dívida, ao contrário de milhões de brasileiros e brasileiras que se esforçam para cumprir suas obrigações diariamente”, continuou a sigla.

O partido ainda criticou a atitude da senadora Leila ao relacionar o leilão do carro com o Dia Internacional da Mulher.

“A senadora Leila Barros apequena a causa feminista ao tentar relacionar o não pagamento de suas dívidas civis, reconhecidas por diversas instâncias da Justiça, com o importantíssimo Dia das Mulheres”, alegou.

“Tentar usar a luta pela igualdade de gênero, representada pelo dia 8 de março, como forma de ofuscar suas condutas ilícitas é um grande desserviço”, completou a nota.

Leilão

O carro da senadora Leila Barros (PDT-DF) foi a leilão na sexta-feira (8/3). O valor do veículo é destinado para o pagamento de uma dívida com o PSB, antigo partido de Leila.

A penhora do carro foi determinada pela 22ª Vara Cível de Brasília. Os lances para a Chevrolet Tracker, modelo 2016, com 92.733 quilômetros rodados, começavam em R$ 70,3 mil, segundo o edital.

A Justiça determinou a venda do veículo para quitar parte do valor cobrado pelo PSB. A dívida atualizada era de R$ 185,4 mil.

O Estatuto do PSB prevê que os parlamentares devem repassar 10% do rendimento bruto ao partido. O partido alegou que a senadora não pagou R$ 3.376,30 por mês, entre março de 2019 e junho de 2021, o que levou a uma dívida de R$ 102,4 mil.

Em agosto de 2021, Leila deixou o PSB e ingressou no Cidadania. Em março de 2022, a senadora se filiou ao PDT. Atualmente, ela exerce a função de presidente do Diretório Regional do PDT no Distrito Federal.

Em nota, a senadora reforçou que não concorda com a medida e lamentou o ocorrido no Dia Internacional da Mulher.

Leia a nota da senadoras na íntegra: 

“Hoje, em respeito à decisão da Justiça, meu carro foi leiloado e arrematado a pedido do meu antigo partido, o PSB. É simbólico que o desfecho de uma cobrança injusta de parte de meu salário tenha ocorrido no Dia Internacional da Mulher.

Ficam evidentes os desafios que nós, mulheres, enfrentamos também na política, especialmente ao tomar decisões que confrontam lideranças masculinas e suas posições machistas. Reitero que minha decisão de deixar o PSB foi política, e não pessoal.

Embora respeite e obedeça a decisão judicial e o resultado do leilão, não posso concordar com uma conduta que vai contra as decisões do Tribunal Superior Eleitoral, que já determinou que partidos podem exigir parte dos salários de filiados com mandatos, mas não podem punir quem recusa essa contribuição compulsória.

O lado positivo dessa situação é evidenciar que minha vida é bem diferente do imaginário de que os políticos circulam em carros de luxo pela cidade. O carro leiloado é comum, fabricado em 2015, e atendia perfeitamente às necessidades da minha família.

Seguirei dialogando com as lideranças do PSB com as quais tenho afinidade e compartilho de ideias para transformar a vida dos brasilienses. No futuro, partidos como o PDT, que hoje presido no DF, podem unir forças em benefício da população do Distrito Federal, tão negligenciada pelo atual governo”.

Veja a nota do PSB na íntegra:

“A senadora Leila Barros apequena a causa feminista ao tentar relacionar o não pagamento de suas dívidas civis, reconhecidas por diversas instâncias da Justiça, com o importantíssimo Dia das Mulheres.

As contribuições partidárias são cobradas de todos os filiados inadimplentes, sem qualquer distinção de gênero.

E a Senadora anuiu voluntariamente com as obrigações ao se filiar ao partido e alcançar um assento no Parlamento.

Assim, causa espanto que, mesmo recebendo vencimentos equivalentes ao teto do funcionalismo público, a Senadora nunca tenha buscado pagar ou negociar a sua dívida, ao contrário de milhões de brasileiros e brasileiras que se esforçam para cumprir suas obrigações diariamente.

Como representante do povo, ela deveria dar exemplo respeitando as decisões judiciais e honrando os seus compromissos.

Tentar usar a luta pela igualdade de gênero, representada pelo dia 8 de março, como forma de ofuscar suas condutas ilícitas é um grande desserviço.”

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