O Pantanal brasileiro segue em chamas. No último domingo (28), o bioma teve 179 focos ativos de calor percebidos pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), número 42% maior que a soma total de incêndios registrados durante todo o mês de julho de 2023 —quando houve 126 focos.
O mês de julho, de acordo com dados de até essa segunda-feira (29), já é o terceiro pior em termos de queimadas desde o início do monitoramento pelo Inpe, em 1998. Foram 1.050 focos, atrás apenas de 2020 (1.684 queimadas, o recorde) e 2005 (1.259 focos).
No ano, o Pantanal já registra 4.588 focos de calor, um número considerado extremamente alto para o período, visto que a época mais seca e de queimadas entre agosto e setembro.
Os números de focos de calor no Pantanal estão altos desde novembro do ano passado, quando o bioma teve o pior mês em termos de queimadas da sua história, com 4.134 queimadas registradas. Até então, o pior novembro tinha sido o de 2002, com 2.328 casos.
Segundo especialistas, o grande número de queimadas tem relação direta com o clima: o Pantanal está vivendo uma seca histórica, com índices de chuvas menores que em 2020 —quando o bioma teve recorde de fogo e perdeu 30% de sua área com as queimadas.
Além disso, a falta de manejo correto do fogo de moradores ou fazendeiros do bioma ajuda as chamas a se propagarem de forma mais rápida.
Neste ano, outro ponto que tem chamado a atenção é que os rios que cortam o Pantanal estão mais secos, o que expõe mais a vegetação — que poderia estar coberta pela água.
“Quando tem um incêndio, se o clima está seco, por algum motivo ou descuido, você perde o controle, já que essa biomassa vegetal é o combustível do fogo”, diz Danilo Bandini Ribeiro, do Laboratório de Ecologia do Instituto de Biociências da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS).
Fonte: UOL