Placas tectônicas surgiram há mais de 3 bilhões de anos, sugere estudo

Foi encontrada, na Austrália, a mais antiga falha geológica em arco do mundo, abrindo a possibilidade de estarmos descobrindo as origens das placas tectônicas, com ao menos três bilhões de anos. Publicado no periódico científico Geology, o estudo sobre o caso não gerou consenso entre os geólogos, no entanto.

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A pesquisa foi capitaneada pelo Centro Global de Tectônicas da Universidade de Geociências da China, e mostrou o movimento horizontal das placas anteriores a três bilhões de anos atrás. O fenômeno ocorreu com blocos rochosos do tamanho de cidades, se movendo horizontalmente um pelo outro por ao menos 30 km.

O padrão de movimento lembra o que é conhecido na geologia como “falha transformante de fatiamento em arco”, algo visto em arcos de vulcão ativos, como nos Andes e em Sumatra.


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Os primeiros movimentos tectônicos

Modelos elaborados por geólogos indicam que a Terra primordial tinha correntes de convecção menos desenvolvidas, sem a capacidade de gerar a tectônica de placas que conhecemos. Isso sugere a existência de uma “tampa estagnante”, uma crosta espessa e rígida que limitava o movimento horizontal das placas.

O cráton de Pilbara, na Austrália, onde foram feitas as descobertas — as cores fora geradas por computador para indicar diferentes condições geológicas (Imagem: NASA Earth Observator/Joshua Stevens)
O cráton de Pilbara, na Austrália, onde foram feitas as descobertas — as cores fora geradas por computador para indicar diferentes condições geológicas (Imagem: NASA Earth Observator/Joshua Stevens)

Enquanto os corpos de magma subiam e solidificavam, as placas rígidas não colidiam ou entravam em subducção. O debate sobre quando as correntes de convecção surgiram segue até hoje — o fenômeno teria “quebrado a tampa” em várias placas tectônicas individuais.

Alguns cientistas argumentam que esse surgimento se deu no Período Hadeano, há mais de quatro bilhões de anos, enquanto outros creem que a tampa estagnante tenha durado até um bilhão de anos atrás. Modelos de inteligência artificial apostam na teoria mais antiga, mas provas diretas para garantir a veracidade dos modelos são difíceis de achar.

A quebra da tampa estagnante em diversas placas tectônicas ainda é debatida na geologia, sem consenso sobre sua idade (Imagem: NASA)
A quebra da tampa estagnante em diversas placas tectônicas ainda é debatida na geologia, sem consenso sobre sua idade (Imagem: NASA)

Foi no cráton de Pilbara, no noroeste da Austrália, que os cientistas encontraram pistas — suas rochas possuem 3,59 bilhões de anos, e é a região que ajudou a definir a hipótese da tampa estagnante.

Observações de campo e dados magnéticos de alta resolução permitiram reconstruir a movimentação das rochas locais, mostrando com precisão o que aconteceu ao longo de ao menos 30 km. O achado foi feito na Zona de Cisalhamento de Mulgandinnah, em Pilbara, onde foram vistos padrões similares aos dos arcos vulcânicos.

Alguns cientistas discordam, pois há a chance do padrão de falha fazer parte de outra teoria, a da tampa macia, onde haveria uma camada semirrígida ao invés de rígida, mas a evidência altamente provável de subducção, por enquanto, domina as hipóteses.

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