Petrobras: Lula recebe Prates no Planalto para falar de dividendos

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já está reunido com Jean Paul Prates, presidente da Petrobras. A reunião ocorre no Palácio do Planalto, onde discutem os dividendos da empresa.

O encontro começou por volta de 15h30 e Prates não falou com a imprensa antes. Conforme apurou a coluna de Igor Gadelha, do Metrópoles, os ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e da Casa Civil, Rui Costa, também estão na reunião. Os nomes deles não estavam previstos na agenda do presidente da República.

A agenda teve como motivação a reação do mercado a dois anúncios da empresa na última semana: um informe sobre a queda de 33,8% nos lucros da Petrobras em 2023, em comparação com 2022, e a divulgação de que a estatal não planeja repassar a distribuição extraordinária de dividendos aos acionistas, como realizou nos últimos anos. Os dividendos são uma fatia do lucro.

As informações levaram a um rombo de R$ 55,3 bilhões em valor de mercado na sexta-feira (8/3), com as ações em baixa de 10% na Bolsa de Valores brasileira (B3) e diminuição de 0,99% do Ibovespa, principal índice da B3.

Prates revelou controvérsias sobre o assunto dentro do Conselho de Administração da empresa e abriu espaço para voltar atrás: “A gente pode fazer a distribuição de dividendos a qualquer momento. A novela continua”.

Poderá caber ao governo federal ou ao próprio Lula bater o martelo a respeito desse tema. Mais cedo, o presidente da Petrobras negou que o chefe do Executivo tenha interferido na questão.

Ao blog da jornalista Andreia Sadi, ele disse: “O presidente não deu nenhuma ordem sobre a questão dos dividendos. Nós estamos discutindo isso com o acionista majoritário dentro dos espaços possíveis. Houve uma discussão a tempo do anúncio do balanço, havia necessidade de fechar o balanço. E foi definido que a gente adiaria a discussão”.

Divisão no conselho

Segundo Prates, os conselheiros ligados ao governo alcançaram unanimidade ao decidir guardar os dividendos extraordinários para reserva de capital da empresa, enquanto os conselheiros privados chegaram a uma unanimidade contrária, favorável a distribuir a fatia aos acionistas.

O presidente da estatal falou não ter votado: “Não faria diferença para o resultado, e acompanhei o voto da minha diretoria, que propôs 50%-50%”.

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