A Olimpíada de Paris chegou ao fim sem que o Brasil repetisse o desempenho das edições de 2016 e 2021, quando conquistamos sete medalhas de ouro em cada uma. Em Paris, conseguimos triunfar em apenas três modalidades: no judô com Bia Souza, no vôlei de praia com a dupla Duda e Ana Patrícia, e na ginástica olímpica com a fabulosa performance de Rebeca Andrade. Nossos maiores destaques foram as atletas.
O Brasil conquistou um total de 3 medalhas de ouro, 7 de prata e 10 de bronze. Devemos nos orgulhar imensamente dos atletas que as conquistaram, reconhecendo o esforço e as dificuldades que enfrentaram para se preparar para os Jogos. Por isso, devemos valorizar essas conquistas como se fossem 20 medalhas de ouro.
Rebeca Andrade, com sua graça e elegância, foi a grande estrela da ginástica olímpica nestas Olimpíadas. Reconhecida como a atleta mais premiada do Brasil, seu talento foi elogiado pela campeã Simone Biles e reverenciado no pódio pelas colegas medalhistas da mesma categoria. Assim como Biles, Rebeca é uma atleta excepcional, que parece estar em um nível acima.
Este momento de orgulho também é carregado de simbolismo e nos convida à reflexão. Rebeca construiu sua carreira com um impressionante equilíbrio e consistência. Em 2021, enfrentou o desafio de duas cirurgias nos joelhos após uma queda, mas nunca se ouviu uma reclamação. Sua determinação e esforço para se recuperar e retornar às competições foram notáveis.
Ao voltar às barras assimétricas, às traves e aos exercícios de solo, Rebeca conquistou competições com competência e um sorriso cativante, encantando brasileiros e amantes do esporte ao redor do mundo. Seu sucesso é resultado de talento, intenso treinamento, disciplina rigorosa e grandes sacrifícios, além do apoio incondicional de uma família amorosa e dedicada.
Rebeca Andrade é a personificação da combinação de fatores que permitem a um indivíduo superar desafios com resiliência e equilíbrio. Ela está pronta para alcançar todos os objetivos que se propõe. O mérito de sua consagração nas Olimpíadas é exclusivamente dela, de sua família e dos que a treinaram e apoiaram em sua longa jornada. Sua história de talento, humildade e graça brilhou diante do mundo, favorecendo a imagem do Brasil.
Rebeca enche nossos corações de orgulho e nos faz acreditar em um futuro promissor para as próximas Olimpíadas. Contudo, para que novas Rebecas surjam, é essencial investir em políticas públicas que promovam diversas modalidades esportivas, construam uma infraestrutura esportiva robusta e mantenham o apoio contínuo do Comitê Olímpico Brasileiro. Somente assim, poderemos ver novas conquistas e talentos emergirem.
Andrea Matarazzo, embaixador, ministro da Secretaria de Comunicação (1999-2001, gestão FHC), secretário estadual de Cultura (2010-12, gestões Goldman e Alckmin) e secretário municipal de Subprefeituras (2006-09, gestão Kassab).