Além do próprio Alexandre de Moraes, senadores da oposição prometem ir para cima dos dois juízes auxiliares do ministro citados na reportagem sobre o uso extraoficial do TSE pelo gabinete do magistrado no STF.
À coluna, a senadora bolsonarista Damares Alves (Republicanos-DF) afirmou nesta quarta-feira (14/8) estar preparando uma denúncia contra os juízes a ser protocolada no Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Os alvos dos parlamentares da oposição são Airton Vieira, juiz instrutor de Moraes no STF, e Marcos Antônio Vargas, juiz que auxiliou o ministro no TSE, quando Moraes ainda integrava a Corte Eleitoral.
O que diz a reportagem
Reportagem do jornal Folha de S. Paulo revelou mensagens trocadas por Airton Vieira e Marcos Vargas com pedidos extraoficiais de Moraes a integrantes do setor de combate à desinformação do TSE.
Segundo a matéria, Moraes pedia para o setor da Corte Eleitoral elaborar materiais que embasariam suas decisões no inquérito das fake news, que tramita em outro tribunal, o Supremo.
Em nota, o gabinete de Moraes sustentou que não houve irregularidades nos pedidos feitos pelo ministro a órgãos do TSE durante a investigação dos inquéritos das fake news e lembrou que a Corte Eleitoral tem poder de polícia.
Senadores querem impeachment de Moraes
Após a revelação do caso, bolsonaristas intensificaram as articulações para protocolar um pedido de impeachment contra Moraes no Senado, a quem cabe julgar pedidos de afastamento de ministros do STF.
“O pedido de impeachment do ministro Alexandre é só o começo. Pelo que os jornalistas publicaram, o arquivo é enorme, e eu não descarto a possibilidade que outros ministros tenham seus nomes citados nos documentos por omissão, conivência e até mesmo induzidos a erros. Vamos aguardar, precisamos conhecer todos os fatos e ter acesso aos documentos. Estou aqui construindo uma denúncia para o CNJ contra os juízes auxiliares já citados e envolvidos”, afirmou Damares à coluna.
Apesar da articulação da oposição, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), já afirmou a interlocutores que não pretende dar prosseguimento a pedidos de impeachment de ministros do Supremo.