Vídeo: baleado por PM é carregado por moradores em mangue no litoral

São Paulo – Vídeos feitos por moradores da Favela do Sambaiatuba, em São Vicente, mostram o momento em que um homem é retirado do mangue e carregado por populares após ser baleado por policiais militares do Baep na tarde dessa terça-feira (11/3). O homem, atingido na cabeça, morreu.

De acordo com a Secretaria da Segurança Pública, o suspeito teria atirado contra os PMs, que revidaram. Um outro homem também morreu após ser baleado no suposto confronto.

Nas imagens, é possível ouvir o desespero dos moradores que carregam o corpo do homem baleado. Ele é colocado em uma maca e transportado até uma ambulância. Policiais militares que atuavam na ocorrência aparecem assistindo ao resgate feito pelos moradores.

De acordo com a SSP, os suspeitos foram levados ao Pronto Socorro Central de São Vicente, mas não resistiram.

Assista:

O Metrópoles questionou a Prefeitura de São Vicente sobre o socorro prestado aos homens baleados e a Secretaria da Segurança Pública sobre a conduta dos PMs diante do resgate prestado pelos moradores e aguarda retorno.

Com o suposto confronto dessa terça-feira (11/3), o número de mortes na operação policial na Baixada Santista chegou a 42, diante de diversas críticas da Ouvidoria da Polícia Militar e de entidades ligadas aos direitos humanos.

No último dia 28, há duas semanas, o Ministério Público de São Paulo recebeu um relatório apontando uma série de violações e indícios de execuções sumárias cometidas por policiais.

Tarcísio denunciado à ONU

Na semana passada, foram coletados novos relatos de abusos cometidos pelas forças de segurança do estado. Além das execuções, moradores de comunidades que são alvo da Operação Verão apontaram invasão de velório, intimidação e pessoas já mortas sendo levadas para suposto socorro em unidades de saúde como se estivessem vivas — isso dificultaria o trabalho de perícia no local dos supostos confrontos.

Na última sexta-feira (8/3), o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) foi denunciado ao Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU). Como resposta, ele disse que não está “nem aí“. “Sinceramente, nós temos muita tranquilidade em relação ao que está sendo feito. E aí, o pessoal pode ir na ONU, na Liga da Justiça, no raio que o parta, e eu não estou nem aí”, disse Tarcísio.

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