Após a queda do avião da companhia VOEPASS, em Vinhedo, no Interior de São Paulo, na tarde da última sexta-feira (9), o Brasil contabilizou o maior número de mortes anual em acidentes aéreos desde 2014. Conforme os dados do Painel SIPAER, do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) da Força Aérea Brasileira (FAB), já são 111 mortes em desastres aéreos em 2024, superando o total de 83 mortes em 2014. E os números oficias ainda não contabilizam as cinco mortes registradas na queda de outra aeronave nessa quinta-feira (15), no Mato Grosso.
O elevado número de mortes neste ano é justificado pela dimensão do acidente com o avião que partiu de Cascavel, no oeste do Paraná, e tinha como destino Guarulhos, em São Paulo, acidentado na semana passada. Somente nesse desastre morreram 62 pessoas, sendo 58 passageiros e quatro tripulantes.
O Painel SIPAER é uma ferramenta de visualização de dados desenvolvida pelo Cenipa. Ele permite pesquisar as ocorrências aeronáuticas ocorridas no Brasil no período de uma década. O sistema contabiliza o número total de acidentes aéreos, a quantidade de acidentes fatais e também o número de vítimas dos desastres.
A análise dos dados atualmente disponíveis mostra que, de 2014 até agora, apesar do elevado índice de mortes, este ano de 2024 registra o segundo menor número de acidentes fatais do período. Sem contar o acidente em Mato Grosso, foram 28 acidentes com mortes desde o início do ano, número superior apenas ao registrado em 2021, quando ocorreram 26 acidentes fatais.
Já em relação ao número total de acidentes, 2024 registra, até o momento, o menor índice da série histórica, com 111 casos. Entretanto, é preciso lembrar que faltam mais de quatro meses para o fim do ano, o que dificulta a comparação. Ainda assim, ao longo do período contabilizado pelo painel, o ano com maior quantidade de acidentes é 2014, ano em que foram registradas 175 ocorrências, com 83 mortes em 38 acidentes fatais.
Índice de fatalidade em 2024 é o maior do período
Um dos índices do painel, entretanto, mostra que 2024 tem, até o momento, a maior taxa relativa de mortalidade em acidentes aéreos. Contando desde o início do ano, o índice de fatalidades, calculado pela divisão do número de mortes pelo total de acidentes registrados, é de 100,9 (111 mortes em 110 acidentes).
O índice supera por larga margem o maior número registrado anteriormente, de 63,4, em 2016. Naquele ano ocorreram 104 mortes em 164 acidentes.
Os dados de 2024 não contabilizam o acidente com cinco mortes ocorrido em Mato Grosso, nessa quinta-feira (15).
Fonte: Ric.com.br