Bactérias podem dominar os mares com aquecimento global, e isso não é bom

Pesquisadores analisaram a proliferação de procariontes, organismos microscópicos unicelulares que representam 30% da vida nos oceanos e produzem carbono em seu ciclo de vida, e descobriram que eles podem dominar os mares por conta do aquecimento global — e a notícia não é boa para nós, humanos.

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Normalmente, os procariontes — representados pelas bactérias e arqueias — fazem parte de um equilíbrio importante nos mares, produzindo nutrientes importantes consumidos pelos peixes, que, por sua vez, nos alimentam. Mas sua resistência grande às mudanças climáticas pode ser um grande problema.

Essas minúsculas criaturas podem ter sido as formas de vida celulares mais antigas do mundo, sobrevivendo dos trópicos aos polos e da terra ao mar. Há cerca de duas toneladas de procariontes marinhos para cada humano no planeta. Eles crescem extremamente rápido, emitindo muito carbono.


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Bactérias e arqueias do oceano produzem a maior parte do carbono do planeta, e o aquecimento global pode piorar muito suas emissões (Imagem: CDC/Unsplash)
Bactérias e arqueias do oceano produzem a maior parte do carbono do planeta, e o aquecimento global pode piorar muito suas emissões (Imagem: CDC/Unsplash)

Equilíbrio nos mares e os procariontes

Os procariontes que vivem até 200 metros de profundidade produzem cerca de 20 bilhões de toneladas de carbono todos os anos, o dobro produzido por humanos. Normalmente, os fitoplânctons marinhos, que convertem luz solar e dióxido de carbono em energia, mantêm o equilíbrio com sua fotossíntese, consumindo a produção procarionte. 

O fitoplâncton e outros processos marinhos também absorvem até ⅓ do carbono solto na atmosfera pelos humanos todos os anos, mantendo o aquecimento global em cheque. Cientistas da Universidade Griffith, no entanto, descobriram — com base em décadas de observações e pesquisas — que os procariontes são muito resistentes às mudanças climáticas.

A biomassa (peso total global) dessas criaturas diminui 1,5% a cada grau de aquecimento oceânico, enquanto plânctons maiores, peixes e mamíferos marinhos diminuem entre 3% e 5%.

O fitoplâncton normalmente mantém o carbono emitido pelos procariontes em cheque, mas esse balanço está em risco com o aquecimento global (Imagem: University of Rhode Island/Wikimedia Commons)
O fitoplâncton normalmente mantém o carbono emitido pelos procariontes em cheque, mas esse balanço está em risco com o aquecimento global (Imagem: University of Rhode Island/Wikimedia Commons)

Essa dominação pode acabar afetando negativamente o equilíbrio da balança, prejudicando a população de peixes, importante para alimentar até 3 bilhões de humanos todos os anos, e a emissão de carbono, podendo aumentar em até 800 milhões de toneladas por ano. O aumento seria o equivalente a toda a emissão da União Europeia, convertido em CO2.

Além disso, a capacidade diminuída de absorção de carbono pelos mares causada pelo desequilíbrio e a menor quantidade de peixes não são calculados nas previsões necessárias pelo Acordo de Paris e outras estimativas, o que quer dizer que o futuro pode ser mais preocupante do que se acreditava — e isso exige novas previsões e ações urgentemente, conclui a equipe.

Leia a matéria no Canaltech.

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