Sucessão: Elmar perde força e anúncio de Lira nesta semana é incerto

A Câmara dos Deputados chega ao final da semana na expectativa do anúncio do presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), sobre quem terá seu apoio para a disputa à Presidência no início do próximo ano. O plano de Lira é tomar uma decisão até sábado (31/8), como já sinalizou publicamente. A incerteza em torno de um nome, no entanto, cresceu durante a semana, o que pode atrasar o anúncio.

Até a semana passada, o amigo pessoal do alagoano, deputado federal Elmar Nascimento (União Brasil-BA), era quem ganhava tração e aparecia como favorito para ser o escolhido de Lira. No entanto, nesta semana, o aliado do presidente da Câmara começou a perder força, embaralhando o cenário da disputa.

Atualmente, três nomes disputam a “bênção” do apoio de Lira: Elmar, Antonio Brito (PSD-BA) e o vice-presidente da Casa, Marcos Pereira (Republicanos-SP). Há outros nomes que voltaram a ser citados nesta semana, mas que correm por fora, sem estar entre os favoritos: Hugo Motta (Republicanos-PB) e Dr. Luizinho (PP-RJ).

Há uma avaliação de uma das campanhas de que houve uma ofensiva para diminuir o favoritismo pela escolha de Elmar. O deputado do União Brasil já sofreu críticas de deputados do próprio partido e enfrenta resistências do governo Lula, de quem é opositor na Bahia. O parlamentar baiano vem trabalhando nos últimos meses para diminuir as resistências.

Apesar do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) dizer repetidas vezes que não se envolverá na disputa, ele recebeu Lira na quarta-feira (28/8) para discutir, entre outros temas, a sucessão na Câmara.

Brito e Pereira, outros dois nomes que competem pelo apoio de Lira, já sinalizaram a aliados que não vão abrir mão da candidatura. Uma candidatura única ao comando da Casa, como queria o presidente da Câmara, é considerada por deputados uma “utopia” do alagoano.

Lira pode adiar anúncio para 2ª semana de setembro

Com o fim da semana de “esforço concentrado” nesta sexta (30/8) e o mistério sobre quem será o escolhido, a avaliação de uma das campanhas é de que o anúncio pode ficar para a semana de 9 de setembro, quando haverá o último esforço concentrado antes das eleições municipais.

O presidente da Câmara quer ter certeza sobre a competitividade do seu candidato e que ele tenha chances reais de ganhar. O maior medo de Lira é não manter a influência depois de deixar o comando da Casa. Os últimos antecessores de Lira não conseguiram manter-se em evidência depois que deixaram a função.

Eduardo Cunha (MDB) foi cassado e, em 2022, não foi eleito deputado. Rodrigo Maia (PSDB) saiu da política e, hoje, atua na iniciativa privada.

Lira quer fazer o sucessor para não ter o mesmo fim. No entanto, caso os que não forem escolhidos por ele se mantiverem na disputa, o desafio será maior.

Apesar de decididos a disputar mesmo sem o apoio do alagoano, todos os deputados lembram do feito histórico, em 2023, quando Lira se reelegeu presidente da Câmara: recebeu 464 votos dos 513, um recorde.

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