A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em Goiás criticou nesta quinta-feira (29/8) a juíza Cleuza Gonçalves Lopes, do Tribunal Regional do Trabalho da 18ª Região (TRT-18), que, durante uma sessão na semana passada, xingou e disse odiar presidir audiências virtuais, como mostrou a coluna. A OAB apontou que a juíza adotou uma “conduta absolutamente incompatível” com a magistratura.
“A urbanidade no trato processual não é uma mera formalidade, mas sim uma exigência legal e ética que deve ser observada por todos os operadores do Direito, especialmente pelos magistrados, que têm a responsabilidade de conduzir o processo com equilíbrio e imparcialidade”, afirmou a OAB, em um comunicado assinado com a Associação Goiana da Advocacia Trabalhista (Agatra). “É fundamental que situações como essa não voltem a ocorrer, garantindo que a confiança no Poder Judiciário permaneça inabalada”, seguiram as entidades.
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Em outro trecho da nota, a OAB afirmou que os acontecimentos da sessão do último dia 20 no TRT-18 foram “graves”, e que o registro da sessão judicial em ata é “um direito do advogado e dever do magistrado”.
A audiência da Justiça do Trabalho aconteceu no último dia 20. A advogada apontou que a magistrada havia cometido um erro ao preencher a ata da sessão. “A ata é minha, eu escrevo o que eu quiser nela”, disse a juíza Cleuza Gonçalves Lopes. Confrontada novamente pela advogada, rebateu: “Que merda de diferença faz?”. Quando foi questionada sobre o xingamento, rebateu: “Isso mesmo”.
Durante a sessão, a juíza reclamou: “Odeio fazer audiência virtual. Odeio. E não é pouco não. Todo mundo se acha no direito. […] Todo mundo acha que é juiz nas audiências virtuais”.
A advogada se queixou de que a juíza estava tratando uma testemunha de modo diferente em relação aos outros depoimentos do processo. “Olha, que bonitinho, depois de 40 anos, eu estou aprendendo como é que pergunta para testemunha”, ironizou a magistrada.
“É só levantar a minha parcialidade e eu vou declarar com o maior prazer; um processo a menos para julgar, ainda mais um banco. Vou ter uma alegria enorme. Eu tenho 300 processos por mês, não vai fazer diferença”, seguiu a magistrada do TRT-18.