Implante cerebral permite que paciente com ELA fale através de pensamentos

Nos Estados Unidos, pesquisadores da Universidade da Califórnia em Davis (UC Davis) desenvolvem um novo implante cerebral que permite que indivíduos com problemas de comunicação falem através do pensamento. A tecnologia é testada com a ajuda de Casey Harrell, de 45 anos, com um quadro avançado de esclerose lateral amiotrófica (ELA). 

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A nova interface cérebro-computador (BCI) traduz os sinais cerebrais do indivíduo em fala com até 97,5% de precisão, segundo estudo publicado na revista revista The New England Journal of Medicine.  

“Esse avanço [com o implante cerebral] permite que ele converse facilmente com sua família e amigos pela primeira vez em anos, tudo no conforto de sua própria casa”, destaca Nicholas Card, pesquisador da UC Davis e autor do estudo, em artigo publicado na plataforma The Conversation.


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Vale explicar que pacientes com ELA, como Harrell, apresentam disfunções nas células nervosas que controlam o movimento do corpo. Assim, os indivíduos perdem gradualmente a capacidade de ficar em pé, usar as mãos e até de falar, dependendo do estágio.

Implante cerebral recupera a fala

De forma resumida, o implante da UC Davis interpreta os sinais cerebrais emitidos, quando o usuário tenta falar, e os transforma em um texto. Este texto é “falado” em voz alta pelo computador, conectado ao sistema.

O interessante é que a voz emitida pelo computador foi construída, a partir de amostras da própria voz do paciente (de quando ele ainda se comunicava bem). Então, há um elemento mais humanizado nessa comunicação. 

Como funciona o implante que lê sinais cerebrais?

No processo de desenvolvimento do implante, os pesquisadores norte-americanos consideraram mapear os padrões de atividade neural para cada palavra falada (ou pensada), mas isso levaria tempo demais e limitaria o poder de expressão com a mente. 

Nos EUA, paciente de 45 anos com ELA volta a falar, com implante que lê os sinais cerebrais (Imagem: Reprodução/UC Davis/Youtube)

Então, a ideia foi mapear os sinais cerebrais associados a cada um dos fonemas, ou seja, as unidades básicas de som que compõem as palavras. Assim, é possível formar palavras que não foram pensadas anteriormente, desde que usem fonemas já conhecidos. Todo o processo foi acelerado com o uso de modelos avançados de aprendizado de máquina (machine learning).

Testando a capacidade de fala

O sistema que permite o paciente com ELA de falar envolve quatro conjuntos de microeletrodos fixados no córtex motor da fala, a parte do cérebro que controla os músculos relacionados à comunicação verbal.

 

Durante a primeira sessão de treinamento, a interface cérebro-máquina demorou 30 minutos para atingir 99,6% de precisão em um vocabulário de 50 palavras. No segundo teste, o tamanho do vocabulário potencial saltou para 125 mil palavras. Após as 84 sessões previstas, a tecnologia alcançou uma precisão de 97,5%. 

“As interfaces cérebro-computador de fala são um exemplo poderoso de como a ciência e a tecnologia podem se unir para resolver problemas complexos e melhorar drasticamente a vida das pessoas”, complementa Nicholas. Ainda não há previsão para testar a tecnologia em novos pacientes.

Leia a matéria no Canaltech.

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