Uma pesquisa da Universidade Monash revelou um ingrediente inusitado na formação das pepitas de ouro — terremotos. A formação de minerais envolve muitos processos geológicos, como pressão altíssima, grandes temperaturas e água vinda dos confins da crosta terrestre, trazendo gases dissolvidos e metais à superfície.
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Em geral, dióxido de silício cristalizado (também chamado de quartzo) indica a presença de ouro, já que esses materiais se formam em condições parecidas. Embora o básico para a formação do outro seja conhecido da ciência, a formação de grandes pepitas seguia um mistério — até agora. Aparentemente, o ouro está mais ligado ao quartzo do que se pensava.
A formação do ouro e os terremotos
O ouro, em seu estado elementar, não é dissolvido na água, tornando difícil encontrá-lo concentrado, já que o líquido não o leva como outros sedimentos. Embora muitas teorias para os grandes depósitos de ouro existissem, nenhuma explicava como os cristais do mineral apareciam em alguns lugares — especialmente dentro de cristais de quartzo.
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O dióxido de silício é um material bastante único. Sua assimetria rende um efeito curioso: quando recebe pressão, ele produz voltagem, o que é chamado de efeito piezoelétrico.
Os tremores de terra causados pelos terremotos, por exemplo, fazem com que o mineral estale com eletricidade estática, o que, apesar de não ir longe (o quartzo é isolante), é o suficiente para levar ouro a se concentrar em alguns pontos com muitos tremores menores.
Para testar isso, cientistas posicionaram pequenos pedaços de quartzo natural em soluções aquosas de ouro. Metade dos minerais foi balançado 20 vezes por segundo por uma hora, imitando um pequeno tremor, e produzindo voltagem entre 0,4 e 1,4 volts. A outra metade ficou parada.

Com auxílio de um microscópio eletrônico, foi possível notar pequenos grãos de ouro sendo formados dentro do quartzo, mesmo que em tamanho de micrômetros.
Testes seguintes, feitos com pedaços de quartzo que já tinham ouro no interior, mostraram que o mineral dourado preferiu se concentrar onde já havia amontoados anteriores, se tornando um catalisador para reações seguintes devido à sua condutividade.
Na natureza, é claro, o processo demoraria muito mais do que em laboratório com terremotos ocorridos ao longo de eras, mas, na escala de tempo geológica, isso seria “rápido” — e, agora, perfeitamente compreensível.
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