iPhone 16 americano funciona no Brasil? É possível comprar dos EUA?

Diante dos altos preços cobrados pela linha iPhone 16 no Brasil, muitos entusiastas se perguntam como comprar iPhone dos EUA. Essa é uma alternativa viável em alguns casos, já que os dispositivos devem funcionar normalmente em território nacional, sob algumas condições.

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  • Ações da Apple caem após baixa demanda pelo iPhone 16

Aparelhos bloqueados x desbloqueados

Primeiramente, é importante comprar uma unidade que esteja desbloqueada. Afinal, desta forma ela poderá ser usada por qualquer operadora de telefonia no mundo, incluindo as brasileiras.

Nos EUA, é comum a venda de aparelhos bloqueados em operadoras específicas, com preços mais baixos e integração com algum plano de telefonia/internet. É essencial fugir destes modelos, já que isso inviabilizará o uso do smartphone no Brasil.


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iPhone 16 vendido nos EUA não tem bandeja para cartão de operadora (Imagem: Divulgação/Apple)

iPhone dos EUA funciona apenas com eSIM

Uma das poucas diferenças entre os iPhones vendidos em partes específicas do mundo é a presença ou não de bandeja para chip SIM de operadora. Mesmo que o componente esteja ausente no iPhone 16 dos EUA, isso não é mais um problema como já foi anteriormente, e por isso ainda pode valer a pena comprar.

Afinal, as operadoras brasileiras já consolidaram a implementação do eSIM em seus planos de telefonia e internet, com a possibilidade de registrar um novo número de celular, ou transferir um já existente, sem a necessidade de um chip.

Impostos de importação costumam inviabilizar compra internacional (Imagem: Divulgação/Apple)

As etapas necessárias para realizar este processo dependem de cada operadora, mas no geral é algo que pode ser feito em questão de minutos. Após a solicitação ser feita, a empresa deve enviar um código escrito ou por QR code para registro do novo celular.

Questões de tributação

Outro ponto que demanda atenção é a forma de tributação do produto, na hora em que ele for trazido de volta ao Brasil. Afinal, há um limite de US$ 1.000 para itens importados.

Por si só, modelos como o iPhone 16 Pro e iPhone 16 Pro Max já extrapolam esse limite, com preços que podem chegar a US$ 1.499 e US$ 1.599 em suas versões máximas, respectivamente.

Nestes casos, a tributação pode ser considerável, de 50% do valor que excede os US$ 1.000. No caso do Pro Max, por exemplo, seriam cobrados US$ 599 (cerca de R$ 3.283 em conversão direta) extras.

Somado com o preço do próprio celular, é possível avançar para um valor próximo de R$ 13 mil em conversão direta — já próximo dos R$ 15,5 mil cobrados pela Apple no Brasil, e provavelmente mais alto que o preço a ser cobrado pelo varejo em um futuro próximo. E custos extras como passagem e estadia para os EUA podem deixar a conta ainda mais inviável.

  • Dá para viajar aos EUA e comprar um iPhone 16 pelo preço do celular no Brasil?

No entanto, é possível passar com o novo iPhone pela alfândega como um dispositivo de uso pessoal, e isento de impostos. No entanto, é preciso que o dispositivo seja o único em mãos na hora da viagem. Em outras palavras, será necessário se desfazer do aparelho anterior antes de voltar.

Preço do celular pode superar cota da alfândega (Imagem: Divulgação/Apple)

A Apple possui programas de “Trade In” com trocas dos modelos antigos, o que pode ser uma alternativa para cumprir este requisito. Descontos de até US$ 650 (~R$ 3.559) são oferecidos para quem entregar o iPhone 15 Pro Max para a empresa na negociação pelo novo modelo, e modelos antigos da linha iPhone 14 também são aceitos.

No caso do iPhone 16 e iPhone 16 Plus, o preço das versões iniciais não ultrapassa os US$ 1.000. Portanto, em teoria, é possível voltar ao Brasil com o modelo da Apple e outro celular ao mesmo tempo.

Em qualquer ocasião, é essencial salvar a nota fiscal para comprovar o valor pago no celular, e garantir que ele não seja sobrevalorizado na hora de passar pela alfândega.

Além disso, nada impede que um fiscal da Receita Federal retenha o novo aparelho caso ele esteja em condições perfeitas como novo, ou se for encontrado dentro da caixa. Portanto, sempre há um elemento de risco.

Empresas de Redirecionamento de Compras

Outra forma de comprar um produto diretamente dos EUA é o uso de plataformas de redirecionamento de compras internacionais. Nestes casos, é feita a contratação de uma empresa que realizará a aquisição e enviará o produto ao Brasil.

Portanto, essa é uma opção mais viável para quem não tem viagem planejada para os Estados Unidos. Afinal, o processo ocorre exclusivamente por compras online, sem sequer precisar sair de casa.

Dá para comprar iPhone dos EUA sem sair de casa (Imagem: Divulgação/Apple)

O ponto negativo é que, além de a cobrança de imposto ser de 60% sobre o valor de produtos no nível de preço dos iPhones, a empresa ainda cobrará uma taxa própria para realizar a operação. Por isso, mais uma vez será necessário comparar com os preços praticados no mercado brasileiro, e em vários casos a importação não valerá a pena.

As etapas para realizar uma compra internacional dependem da empresa escolhida, mas no geral ocorre da seguinte forma:

  1. Escolher a loja: é possível comprar o iPhone (ou outros produtos, como Apple Watches) diretamente da loja da Apple, ou nas principais varejistas dos Estados Unidos com preços potencialmente mais baixos
  2. Escolher os produtos: além do iPhone, é possível encontrar outros itens que podem vir na mesma remessa, sejam eles da Apple ou não. No entanto, é sempre essencial considerar o imposto no valor final da compra!
  3. Comprar e pagar: em grande parte dos casos, a compra pode ser paga com cartão de crédito ou débito internacional, boleto, PIX ou transferência bancária em moeda estrangeira. Operações por cartão de crédito ou débito ainda pagam impostos como o IOF de 4,38%, além de taxas extras
  4. Escolher formas de envio: o envio pode ser realizado por empresas internacionais de transporte, como a DHL ou FedEx. Dependendo da modalidade escolhida, o produto chegará em casa ou será necessário buscá-lo em um centro de distribuição

Garantia e assistência técnica

Para quem se importa com a garantia, a boa notícia é que a Apple oferece proteção internacional. Ela é válida com a condição de que o mesmo modelo também seja vendido no país de uso, o que claramente é a condição do iPhone 16.

Portanto, valem as mesmas regras de garantia aplicadas para os celulares vendidos no Brasil. Elas não isentam o pagamento para trocas de itens essenciais como a tela ou bateria, mas pelo menos o serviço é garantido em centros oficiais de assistência técnica por vários anos.

Quem deseja ter um pouco mais de segurança pode contratar o Apple Care+, ainda que o processo não seja tão simples. Afinal, no Brasil o serviço não é voltado para cobrir custos relacionados ao iPhone, mas apenas de produtos como os Macs, iPads e Apple TV.

AppleCare no Brasil não é voltado para iPhone (Imagem: Eric Mockaitis/Canaltech)

A contratação pelo celular exige que a região do sistema seja alterada para os Estados Unidos, e um endereço americano também deve ser colocado nos registros. O pagamento é feito por meio de cartão internacional, e a partir de então são cobradas mensalidades para minimizar perdas em caso de roubo, furto e danos nos celulares.

iPhone Para Sempre como forma alternativa de comprar

Se o preço cobrado pela Apple for muito alto para comprar o novo iPhone 16, uma alternativa é adquirir o produto por meio de programas como o iPhone para Sempre oferecido pelo banco Itaú.

iPhone para sempre exige pagamento parcelado (Imagem: Divulgação/Itaú)

Com a iniciativa, é possível obter uma espécie de “empréstimo” do celular, com o pagamento de parcelas pelo período de 21 meses. Quando esse tempo se encerra, três opções são disponíveis:

  1. Devolver o aparelho e não ter nenhum custo adicional;
  2. Manter o celular mediante o pagamento de um valor residual de 30% do preço do dispositivo;
  3. Devolver o smartphone e pegar um de geração mais recente, recomeçando o ciclo de compras.

Entretanto, o Canaltech já apontou que o iPhone para Sempre não costuma estar entre as opções mais vantajosas financeiramente, já que no final do período o valor pago supera o visto na aquisição por métodos tradicionais. Além disso, o compromisso em abrir uma dívida por 21 meses exige certa estabilidade financeira, o que nem sempre é possível.

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