Dólar reduz alta com com declarações de Haddad nos EUA; Bolsa cai

O dólar fechou em alta de 0,25%, cotado a R$ 5,53%, nesta segunda-feira (23/9). A moeda americana, contudo, chegou a bater em R$ 5,59, logo depois da abertura do mercado, às 9 horas. A elevação foi resultado do aumento de incertezas dos agentes econômicos sobre a questão fiscal, que trata da relação entre despesas e receitas do governo Lula. 

A queda do ritmo de aumento só ocorreu após declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Em Nova York, ele falou que os gastos públicos vão ficar dentro do previsto no arcabouço fiscal e repetiu que o Brasil pode recuperar o grau de investimento – uma chancela dada pelas agências internacionais de risco sobre a capacidade de um país de quitar suas dívidas. 

Na sexta-feira (20/9), a moeda americana havia fechado em forte alta de 1,78%, a R$ 5,52, com o adiamento da coletiva de imprensa marcada pelo governo para divulgar os dados do Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas Primárias do 4º bimestre de 2024. O Ministério da Fazenda queria que o evento ocorresse na sexta, mas o Planejamento decidiu postergá-lo para esta segunda. O mercado interpretou a mudança de data como um sinal de problemas nas contas públicas.

Bolsa recua

A Bolsa brasileira (B3) fechou em queda de 0,37%, aos 130.676 pontos. Esse foi o quinto recuo seguido do Ibovespa, o principal índice da B3. 

O mercado brasileiro opera em baixa nos últimos dias, com a deterioração das expectativas sobre o comportamento da inflação e da taxa básica de juros, a Selic. Foi isso o que mostrou o Relatório Focus, a pesquisa semanal realizada com economistas pelo Banco Central (BC), divulgado nesta segunda-feira. 

Ele registrou altas nas projeções para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do Brasil, para 2024, 2025 e 2026. Além disso, o levantamento prevê que a Selic chegará a 11,50% neste ano (na semana passada, ela estava em 11,25% e, há quatro semanas, em 10,50%). A estimativa do Produto Interno Bruto (PIB) também passou de 2,96% para 3% em 2024.

O crescimento do PIB, associado ao aumento das estimativas de inflação, foi um dos motivos alegados pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do BC para justificar a elevação dos juros do Brasil na semana passada, quando a Selic passou de 10,50% para 10,75%. Nesta terça-feira (24/9), será divulgada a ata do Copom, com maiores detalhes sobre os critérios adotados pelo órgão do BC para promover a elevação da taxa.

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