Aeronaves e milhões: entenda relação de foragidos com Gusttavo Lima

A Polícia Civil de Pernambuco suspeita que o cantor sertanejo Gusttavo Lima não só fazia parte de um esquema de lavagem de dinheiro para jogos de apostas, como também teria ajudado um casal de sócios a fugir de um mandado de prisão no Brasil.

José André da Rocha Neto, de 37 anos, e Aislla Sabrina Henriques Truta Rocha, de 34 anos, são donos da empresa Pix 365 Soluções Tecnológicas, que é a casa de apostas esportivas Vai de Bet. Gusttavo Lima já fez publicidade para a casa de apostas e adquiriu 25% da empresa em junho deste ano.

Segundo os investigadores, a Pix 365 faz parte de um complexo esquema de lavagem de dinheiro das empresas Caminho da Sorte e Esportes da Sorte, que atuam com jogo do bicho e apostas esportivas, respectivamente.

A quebra do sigilo fiscal do casal revelou que eles movimentaram R$ 40,9 milhões em contas bancárias entre janeiro de 2019 e maio do ano passado, enquanto os rendimentos declarados no mesmo período foram de R$ 8,9 milhões.

Na investigação da Polícia Civil, o delegado Paulo Gustavo de Souza aponta relações consideradas suspeitas entre o casal e a empresa do cantor sertanejo, Balada Eventos e Produções.

A Polícia Civil foi até o condomínio de luxo de Rocha Neto e Aislla Sabrina em Campina Grande (PB) para prendê-los preventivamente na manhã de 4 de setembro, na mesma operação que prendeu a influenciadora Deolane Bezerra. No entanto, eles estavam no aniversário de Gusttavo Lima em um cruzeiro na Grécia.

Os investigadores suspeitam que o sertanejo ajudou o casal a não retornar para Brasil, na viagem de volta da Grécia, com escalas em Kavala, Atenas e Ilhas Canárias, na Espanha.

Foto colorida de Gusttavo Lima e casal de foragidos - Metrópoles
Casal de foragidos estava em Cruzeiro com Gusttavo Lima

Vai e vem de aviões

Relatório de investigação mostra, por exemplo, que o casal dono da Pix 365 viajava para os Estados Unidos em uma aeronave avaliada em R$ 30 milhões, que teria sido adquirida da empresa de Gusttavo Lima, mas sem transferir o veículo para o nome dos reais donos.

“Demonstra-se aqui mais um ato de ocultação dos valores obtidos pela empresa dos jogos ilegais na lavagem de capitais. A adquirente paga milhões de reais pela aeronave. Prova é que o casal viajou para os EUA nela, após sua aquisição, mas não a transferiu para seus nomes ou de empresas de sua propriedade”, escreveu o delegado.

Além disso, a Balada Eventos teria recebido R$ 8 milhões da HSF Entretenimento, empresa que seria usado para lavar dinheiro do jogo ilegal, segundo a PCPE.

Um helicóptero de Rocha Neto foi comprado da HSF. Já um segundo helicóptero da empresa de Rocha Neto, chamada Supreme Marketing, foi comprado da Balada Eventos. Essas transações financeiras envolvendo aeronaves são consideradas suspeitas de lavagem de dinheiro pelo delegado da polícia pernambucana.

Chamou atenção ainda dos investigadores que o casal dono da PIX 365 gastou milhões em lojas de luxo sem usar cartão de crédito ou o nome das empresas. Segundo o relatório da Polícia Civil, Rocha Neto e Aislla Sabrina gastaram R$ 2,7 milhões na Hermès e R$ 999 mil na Dolce & Gabbana, provavelmente com dinheiro em espécie.

Mandado de prisão

O Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) determinou a prisão de Gusttavo Lima na segunda-feira (23/9). O mandado de prisão contra o cantor já está no Banco Nacional de Mandados de Prisão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Ele pode ser preso a qualquer momento.

Em nota, a defesa de Lima afirmou que a decisão pela prisão é totalmente contrária aos fatos já esclarecidos pela defesa do cantor.

Veja a nota completa:

A defesa do cantor GUSTTAVO LIMA recebeu na tarde desta segunda-feira (23/09), por meio da mídia, a decisão da Juíza Dra. ANDRÉA CALADO DA CRUZ da 12ª Vara Criminal de Recife/PE que decretou a prisão preventiva do cantor e de outras pessoas e, esclarece que as medidas cabíveis já estão sendo adotadas.

Ressaltamos que é uma decisão totalmente contrária aos fatos já esclarecidos pela defesa do cantor e que não serão medidos esforços para combater juridicamente uma decisão injusta e sem fundamentos legais.

A inocência do artista será devidamente demonstrada, pois acreditamos na justiça brasileira. O cantor GUSTTAVO LIMA jamais seria conivente com qualquer fato contrário ao ordenamento de nosso país e não há qualquer envolvimento dele ou de suas empresas com o objeto da operação deflagrada pela Polícia Pernambucana.

Por fim, esclarecemos que os autos tramitam em segredo de justiça e que qualquer violação ao referido instituto será objeto e reparação e responsabilização aos infratores.

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