Cérebro masculino encolhe durante o dia, apontam cientistas

Um estudo publicado no The Journal of Neuroscience, na última quarta-feira (18/9), mostrou que o funcionamento do cérebro dos homens pode estar associado a um ciclo hormonal de 24 horas, que inclui um encolhimento no tamanho entre a manhã e a noite e uma posterior retomada.

O trabalho monitorou imagens cerebrais e indicadores hormonais de um jovem de 26 anos durante 30 dias – para se ter ideia, no período, o cérebro dele foi escaneado ao menos 40 vezes pelos cientistas. O voluntário também teve seus hormônios acompanhados com coletas diárias, que eram realizadas no início e no fim do dia.

De acordo com os pesquisadores, o ciclo de encolhimento e crescimento do cérebro coincidiu com a queda na circulação dos hormônios esteroides: testosterona, cortisol e estradiol. Entre a manhã e a noite, o cérebro perdeu volume e, durante à noite, se recuperou.

“Os homens mostram uma redução de 70% da manhã para a noite em hormônios esteroides”, disse a coautora do estudo Laura Pritschet, que é uma pesquisadora de pós-doutorado em psiquiatria na Escola de Medicina Perelman da Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos. O grau de mudanças hormonais diminui com a idade, mas o padrão geral persiste ao longo da vida.

Variações hormonais diárias

Duas regiões do córtex, conhecidas como córtices occipital e parietal, que são relacionados aos sentidos (visão, tato e olfato) foram as que mais encolheram. Mas, também foram vistas alterações em estruturas cerebrais mais profundas, incluindo o cerebelo, tronco cerebral e hipocampo.

“O declínio no volume cerebral é paralelo ao declínio diário dos hormônios. No entanto, ainda não está claro se os hormônios impulsionam as mudanças cerebrais”, escreveram os autores.

As mulheres também experimentam um fluxo diário de hormônios que, segundo a pesquisadora, não é tão pronunciado porque o ciclo menstrual está simultaneamente conduzindo mudanças de longo prazo nos hormônios.

Em entrevista ao site Live Science, a cientista Elle Murata, que também participou do trabalho, disse que a pesquisa é mais uma a desmascarar o mito de que os hormônios são relevantes apenas para as mulheres. Ela ressalta que o trabalho não prova que eles afetam o cérebro, mas que a hipótese é bastante provável.

“Estou convencida de que os hormônios impactam o cérebro e a estrutura cerebral”, disse Murata. “Mas neste estudo, não podemos dizer que eles estão causando isso diretamente”, completa.

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