Distrito Federal registra aumento de idosos no mercado de trabalho

Idosos estão cada vez mais presentes no mercado de trabalho, segundo Boletim Anual da População Idosa feito pelo Instituto de Pesquisa e Estatística do Distrito Federal (IPEDF) em parceria com o Departamento Intersindical de Estatística e Pesquisas Socioeconômicas (Dieese).

O levantamento aponta que no biênio 2022/2023, pessoas idosas com 60 anos ou mais passaram a representar 19,7% da População em Idade Ativa (PIA). Do outro lado está a população mais jovem de 15 a 29 anos e na faixa etária de 30 anos a 59 anos, as proporções na PIA regional alcançaram, respectivamente, 27,5% e 52,8%

No levantamento, que mapeou a População Economicamente Ativa (PEA), o percentual de idosos ativos atingiu 5,8% no último biênio, um aumento de 0,5 ponto percentual (p.p.) em relação ao período anterior. Em contrapartida, o percentual de jovens de 15 a 29 anos na PEA recuou 0,9 p.p.

Contudo, apesar do aumento de idosos no mercado, a maior parte dessa população ainda permanece inativa. Conforme o estudo, entre esse público, 80,9% (406 mil pessoas) estavam sem ocupação, com a maioria (70,7%) sendo aposentados.

Outros 13,5% se dedicavam exclusivamente a afazeres domésticos, enquanto 15,2% estavam envolvidos em outras atividades não laborais. No entanto, mesmo entre os inativos, 85,3% tinham experiência anterior de trabalho, e mais de 70% estavam fora do mercado há mais de cinco anos.

Os dados do IPEDF indicam que as mulheres compõem 59,4% da população idosa, sendo mais representativas entre os inativos (63,5%). Entre as pessoas idosas no mercado de trabalho, no entanto, há predomínio masculino (57,6%). Além disso, 68% deles eram os principais responsáveis pelo domicílio, enquanto outros 22,8% ocupavam a posição de cônjuges.

Entre os ativos, 76,3% declararam ser os chefes da casa, contra 66% entre os inativos. A maioria das pessoas idosas ocupadas no DF estavam inseridas no setor de serviços, com 84,3% atuando em atividades terciárias.

Rendimento mensal e jornada de trabalho

No período do levantamento, idosos ocupados no DF eram predominantemente autônomos (30%), enquanto 47,2% eram assalariados. No setor privado, apenas 20,1% dos idosos ocupados tinham contratos formais, com registro em carteira assinada.

A participação no setor público e privado entre os assalariados foi praticamente igual, com 23,5% dos idosos empregados no setor público e 23,7% no privado. Outras posições ocupacionais incluem empregadores (7,9%) e empregados domésticos (7,8%).

O rendimento médio real dos idosos ocupados cresceu 2,5% no período analisado, alcançando R$ 5.507 mensais. Esse aumento foi semelhante ao observado entre os jovens de 15 a 29 anos, que também tiveram crescimento de 2,5%, embora seu rendimento médio fosse de R$ 2.288.

O grupo de 30 a 59 anos, por sua vez, apresentou o menor aumento no rendimento médio (1,7%), com média de R$ 5.207. O rendimento médio por hora dos idosos foi de R$ 32,99, 59,5% superior ao dos jovens (R$ 13,36) e 10,1% maior que o dos adultos de 30 a 59 anos (R$ 29,67).

Em termos de jornada de trabalho, os idosos ocupados trabalharam, em média, 39h por semana, em patamar inferior em relação aos jovens de 15 a 29 anos (40h) e também a exercida pelos adultos de 30 a 59 anos (41h). Essa diferença é reflexo de uma adaptação das condições de trabalho para a população idosa, que, muitas vezes, busca por jornadas mais flexíveis.

A educação também é um fator determinante para a inserção da população idosa no mercado de trabalho. No biênio analisado, 32,7% das pessoas idosas ativas possuíam ensino superior completo, enquanto entre os inativos essa proporção era de 27%. Por outro lado, a parcela dessa população que não havia completado o ensino fundamental era maior entre as inativas (38,2%) do que entre as ativas (27,7%).

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