Por que a automedicação no Brasil é preocupante?

Por que a automedicação no Brasil é preocupante?

Estudos mostram que até 86% dos brasileiros recorrem a medicamentos sem orientação médica – Foto: Divulgação

A automedicação no Brasil tem se tornado uma preocupação crescente entre os profissionais da saúde. A Anvisa aponta que 18% das mortes por envenenamento no Brasil podem ser causadas pela automedicação, e 23% dos casos de intoxicação em crianças estão relacionados ao consumo acidental de medicamentos que ficam guardados em casa.

Além disso, um levantamento realizado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) em 2024 revelou que 77% da população brasileira recorre à automedicação. Esta pesquisa foi realizada em todo o país, com uma amostra de 2.311 pessoas.

Já um estudo mais recente do Instituto de Ciência, Tecnologia e Qualidade (ICTQ), também em 2024, revelou que 86% dos participantes afirmaram se automedicar.

Muitas pessoas recorrem a medicamentos sem prescrição, movidas por uma combinação de fatores como a falta de acesso a consultas médicas e o desejo de aliviar sintomas rapidamente.

Esse comportamento pode resultar em consequências sérias, incluindo reações adversas indesejadas e o agravamento de condições de saúde. Vale lembrar que a automedicação contribui para a resistência a antibióticos e outros medicamentos, gerando um problema de saúde pública que afeta toda a sociedade.

Razões para a automedicação

A automedicação no Brasil é impulsionada por diversos fatores. Entre estes, destacam-se o fácil acesso a medicamentos, a falta de acesso à saúde, a desinformação e aspectos culturais.

Fácil acesso a medicamentos

O fácil acesso a medicamentos é um dos principais motivos que levam à automedicação. Muitas farmácias permitem a venda de medicamentos sem a necessidade de receita. Isso facilita a aquisição de fármacos para tratar sintomas sem orientação profissional.

Adicionalmente, a grande variedade de medicamentos disponíveis no mercado torna a automedicação uma opção rápida. Essa situação é exacerbada pelo uso de plataformas online, nas quais é possível comprar medicamentos com apenas alguns cliques.

Falta de acesso à saúde

A falta de acesso adequado à saúde também contribui para a automedicação no Brasil. Muitas pessoas enfrentam dificuldades para obter consultas médicas devido ao limitado número de profissionais de saúde. As longas filas e a escassez de serviços em áreas remotas são outros empecilhos.

Diante dessas barreiras, muitos optam por se automedicar como uma solução imediata para seus problemas de saúde. Essa prática, no entanto, pode resultar em diagnósticos inadequados e no agravamento de condições de saúde que necessitam de um acompanhamento profissional.

Desinformação

A desinformação sobre o uso adequado de medicamentos é um fator relevante também. Muitas pessoas não estão cientes dos riscos associados ao uso inadequado de fármacos. Informações erradas muitas vezes circulam em redes sociais e entre amigos e familiares.

Essa falta de conhecimento pode levar ao uso impróprio de medicamentos, como em casos de dosagens inadequadas ou combinações perigosas. Os profissionais de saúde alertam que a automedicação baseada em informações não verificadas pode resultar em efeitos adversos.

Fatores culturais

Fatores culturais também desempenham um papel importante na automedicação no Brasil. A tradição de buscar soluções rápidas para problemas de saúde está enraizada em muitos grupos sociais. Em geral, a automedicação é vista como uma prática normal e comum.

Além disso, a experiência pessoal e a opinião de amigos e familiares influenciam as decisões de saúde das pessoas. Essa abordagem, embora compreensível, pode estimular o uso de medicamentos contraindicados.

Riscos da automedicação

Por que a automedicação no Brasil é preocupante?

Combinações imprudentes de remédios afetam tratamentos de doenças crônicas, como hipertensão e insuficiência cardíaca – Foto: Divulgação

A automedicação no Brasil acarreta riscos à saúde pública. Os principais perigos incluem o mascaramento de doenças graves, interações medicamentosas adversas, resistência a antimicrobianos e intoxicações. Cada um desses riscos merece atenção especial para evitar complicações.

Mascaramento de doenças graves

A automedicação no Brasil leva ao mascaramento de doenças sérias. Quando os indivíduos utilizam medicamentos sem orientação, podem aliviar temporariamente sintomas de condições que exigem diagnóstico e tratamento pertinente. Isso resulta em atrasos no acesso a cuidados médicos.

Por exemplo, uma dor abdominal pode ser aliviada com anti-inflamatórios, enquanto uma apendicite pode estar se desenvolvendo e necessita de cuidado médico. O uso imprudente de analgésicos pode levar o paciente a ignorar um sinal crítico de alerta, prejudicando seu prognóstico.

Interações medicamentosas

As interações medicamentosas representam um risco importante associado à automedicação no Brasil. Isso é especialmente frequente em pessoas com doenças crônicas que já usam múltiplas prescrições.

Remédios comuns, como analgésicos e antitérmicos, podem interferir na eficácia de tratamentos para outras condições. Para ilustrar, o uso excessivo de analgésicos, especialmente anti-inflamatórios não esteroides (AINEs), pode afetar a pressão arterial e a função renal, interferindo em tratamentos para hipertensão e insuficiência cardíaca.

Resistência a antimicrobianos

A resistência a antimicrobianos é uma das consequências preocupantes da automedicação no Brasil. O uso não orientado de antibióticos fomenta o desenvolvimento de bactérias resistentes, dificultando o tratamento de infecções comuns.

Isso ocorre quando pacientes interrompem tratamentos antes do tempo recomendado ou utilizam antibióticos para condições que não são bacterianas, como resfriados.

Intoxicações

A automedicação no Brasil também contribui para um aumento nos casos de intoxicações. Medicamentos tomados em dosagens equivocadas ou misturados com substâncias não recomendadas podem causar reações graves.

A ingestão indevida de compostos químicos, inclusive em casos de ervas e suplementos populares, também provoca sérios riscos à saúde. O desconhecimento sobre as doses seguras e as contraindicações resulta em consequências que poderiam ser evitadas com orientação profissional.

Importância da orientação farmacêutica

Por que a automedicação no Brasil é preocupante?

Comunicação eficaz entre farmacêuticos e pacientes reduz os riscos da automedicação – Foto: Divulgação/farmaSesi

A orientação farmacêutica desempenha um papel-chave na prevenção de problemas relacionados à automedicação no Brasil. É importante buscar orientação para não tomar medicamentos com base em informações de fontes que podem ser pouco seguras, como de conhecidos ou as disponíveis em redes sociais.

Treinar e capacitar farmacêuticos

O treinamento e a capacitação de farmacêuticos são fatores essenciais para enfrentar os desafios da automedicação no Brasil. Programas de formação contínua podem incluir informações sobre medicamentos, interações e efeitos adversos.

Esse conhecimento permite que os farmacêuticos orientem os pacientes para que se reduza a possibilidade de complicações. Assim, os profissionais se tornam mais aptos a alertar pessoas que precisam de remédios.

Oferecer serviços de orientação farmacêutica gratuita

A disponibilização de serviços de orientação farmacêutica gratuita é uma estratégia altamente relevante. Esses serviços podem incluir consultas presenciais ou virtuais, por meio das quais os pacientes podem receber informações de farmacêuticos sobre o uso seguro de medicamentos.

A orientação também pode abranger o esclarecimento de dúvidas sobre posologia e potenciais efeitos colaterais.

Incentivar a comunicação

A comunicação entre farmacêuticos e pacientes é fundamental para reduzir a automedicação no Brasil. Os farmacêuticos devem estar abertos a discutir preocupações relacionadas a medicamentos.

Utilizar canais de comunicação, como plataformas de saúde, pode ampliar o alcance das orientações. Essa interação contribui para o fornecimento de informações credíveis e evita a automedicação baseada em suposições.

O papel da farmaSesi na orientação farmacêutica em SC

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Saúde preventiva é prioridade no movimento SBA da farmaSesi – Foto: Divulgação/farmaSesi

Na farmaSesi, o compromisso vai além da simples venda de medicamentos; a equipe busca estabelecer uma conexão autêntica com os clientes. A missão da farmácia é fornecer suporte, orientação e um atendimento farmacêutico acolhedor e gratuito, com foco na saúde e bem-estar e acolhimento da população catarinense.

A dedicação em ajudar os clientes em cada etapa é evidente, e os farmacêuticos oferecem conselhos com embasamento científico sobre medicamentos e dicas para promover uma vida mais saudável.

Além disso, a farmaSesi adota uma abordagem proativa em relação à saúde por meio do movimento “Saúde, Bem-estar e Acolhimento” (SBA). Essa iniciativa visa não apenas tratar doenças, mas também prevenir problemas antes que eles surjam.

Por meio de campanhas educativas e serviços comunitários gratuitos, a farmácia busca informar e inspirar mudanças positivas de comportamento para a promoção da saúde e para a adoção de hábitos de prevenção.

Essas iniciativas também acontecem dentro das indústrias que contam com o Convênio da farmaSesi. Dessa forma, por meio de Ações In Company, a farmaSesi não só promove a saúde, mas também fortalece o relacionamento entre as indústrias e seus colaboradores.

As ações In Company incluem práticas como: Palestras e Orientação Farmacêutica, Aferição de Pressão Arterial e Medição de Glicemia, entre outras.

Para mais informações, é possível acessar o site da farmaSesi e utilizar o ícone “Fale com Um Farmacêutico”. Acompanhe também a farmácia nas redes sociais.

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