Azul e Gol, que negociam fusão, reduzem serviços de bordo

Azul e Gol, duas das três maiores companhias aéreas do Brasil, decidiram reduzir seus serviços de bordo nos voos nacionais.

A medida é tomada em meio às negociações para uma possível fusão entre as duas empresas.


Relembre

  • No dia 15 de janeiro, as companhias anunciaram um acordo para o início das negociações em torno da união.
  • O memorando de entendimento firmado por Azul e Gol já movimenta o mercado e deflagrou uma série de dúvidas a respeito dos possíveis impactos econômicos da eventual união – e mesmo se os órgãos regulatórios darão aval à parceria.
  • Além da conclusão da recuperação judicial da Gol nos Estados Unidos, a fusão precisará ser aprovada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).

Azul

A Azul reduziu a oferta de alimentos e bebidas aos passageiros durante seus voos nacionais.

Desde em setembro de 2024, os clientes recebem apenas água mineral nos voos com duração de até 45 minutos.

Já nas rotas mais longas, a companhia aboliu o serviço de “snacks à vontade” e passou a oferecer um salgado por passageiro, água e, em alguns casos, suco ou refrigerante.

Em voos cuja duração é maior que 2 horas, o café é oferecido em rotas específicas.

Na época em que as mudanças foram implementadas, a Azul afirmou que a redução nos serviços seria temporária e se devia a dificuldades no abastecimento.

Até o momento, não há previsão de retomada do modelo anterior.

Gol

A Gol, por sua vez, acabou com a oferta de lanches e bebidas nos voos com duração de até 1 hora. A água foi mantida.

A exceção ficou com a ponte aérea entre o Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, e o Santos Dumont, no Rio de Janeiro, rota na qual continuam disponíveis snacks, refrigerantes e cafés aos passageiros.

Para os voos que duram mais de 1 hora, a Gol manteve a oferta de café, água, refrigerante e um snack. Nos voos domésticos, o suco foi abolido.

Em seus voos internacionais, a Gol muda o serviço de bordo de acordo com a duração da viagem. Os pacotes mais completos são restritos aos clientes da classe Premium Economy, em viagens superiores a 5h30 de duração.

A companhia informa que tem feito ajustes pontuais no serviço de bordo com o objetivo de aumentar a eficiência operacional.

Como será a fusão Azul-Gol

Estimativas apontam que a empresa resultante da eventual fusão responderia por cerca de 60% do mercado de aviação comercial do Brasil e teria o controle de quase 100 rotas em todo o país, praticamente sem concorrência – o que suscita questionamentos acerca da formação de um duopólio, quando apenas duas empresas possuem quase todo o mercado.

Juntas, as duas companhias contam com mais de 300 aeronaves e tiveram um faturamento de R$ 25,3 bilhões entre janeiro e setembro do ano passado.

De acordo com o memorando de entendimento entre Azul e Gol assinado no dia 15, a futura companhia seguirá o modelo de “corporation” – empresa sem controlador definido, tendo o grupo Abra como maior acionista. Ainda não há definição sobre os percentuais de participação de cada empresa no negócio.

A ideia é a de que as marcas Azul e Gol continuem a existir de forma independente, mas as empresas compartilhem aeronaves. A fusão envolverá apenas ativos já disponíveis, sem previsão de novos investimentos.

A aposta das duas empresas é na “complementaridade” de suas malhas aéreas. Enquanto a Gol se concentra em grandes capitais, como São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, a Azul conta com um leque mais amplo pelo país.

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