A coluna apurou, com exclusividade, que Leonardo Ávila (foto em destaque), o influenciador que gerou polêmica no Distrito Federal, após postar um vídeo afirmando que havia apenas “favelados” na instituição particular em que ele cursava administração, foi expulso pela faculdade.
O caso ocorreu no início de abril de 2025, quando o criador de conteúdo, que estudava no campus da Asa Norte, em Brasília, postou as declarações numa rede social em que acumula quase 234 mil seguidores e milhões de visualizações.
Em certo trecho da filmagem, ele afirmou que: “O povo, pelo menos na minha faculdade, não é só pobre de dinheiro, é pobre de tudo, entendeu? O povo ainda fala: ‘Nossa, Léo, mas a sua faculdade é cara’. É cara, mas qualquer um arruma um jeito de pagar aqui, porque só tem favelado”.
O influencer e estudante de administração é filho de Leonardo Oliveira de Ávila, presidente do Conselho de Desenvolvimento Econômico, Sustentável e Estratégico do DF (Codese-DF).
Expulsão
Após o episódio, a faculdade instaurou um comitê disciplinar, formado por três professores, para que a situação fosse analisada.
Há cerca de 10 dias, a comissão decidiu pela expulsão do aluno. A coluna apurou que a faculdade acredita que a decisão evidencia que o local é uma instituição séria que opta por sancionar “coisas erradas”.
O outro lado
Apesar da informação obtida pela coluna, o influencer relatou à reportagem que a decisão de deixar a faculdade partiu dele.
Após dizer que reconhece que cometeu um erro no passado, e que assume a responsabilidade pelo ato e que tem se dedicado a transformar o episódio em aprendizado e crescimento pessoal, ele afirmou que tomou a decisão de realizar a troca de faculdade.
“Aproveito para informar que tomei a decisão de realizar a troca de faculdade, optando por uma instituição que me agregará mais intelectualmente e que continue alinhada aos meus valores de respeito e excelência no aprendizado. Essa mudança também reflete meu compromisso em estar em um ambiente onde me sinta mais acolhido e confortável, tanto socialmente quanto em relação à qualidade do ensino”, disse.
Ele disse, ainda, que desde a polêmica, boatos equivocados a seu respeito têm sido espalhados.
Ministério Público
O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) está analisando as falas preconceituosas. Após o episódio, ocorrido em abril deste ano, estudantes da instituição se mobilizaram e denunciaram as ofensas à entidade, que instaurou Notícia de Fato (ponto de partida para um procedimento de investigação) em 10 de abril.