Convidado, Lula foi a Moscou para celebrar os 80 anos do “Dia da Vitória”, quando a Alemanha nazista se rendeu à extinta União Soviética, comandada à época pelo ditador russo Joseph Stalin.
Lula foi o único governante de um país democrático a comparecer ao desfile militar na Praça Vermelha, ficando ao lado de autocratas que negam ser autocráticos, mas é o que são.
Vladimir Putin, o ditador russo travestido de presidente democraticamente eleito, foi o dono da festa e distinguiu Lula com uma audiência que durou cerca de uma hora e meia.
Lula diz que foi a convite de Putin, o não poderia ter sido de outra forma. E que sua intenção é fortalecer o BRICS, grupo de países com mercados emergentes do qual o Brasil e a Rússia fazem parte.
Sim, também foi para tentar vender mais carne brasileira. Hoje, o Brasil compra mais da Rússia do que vende para ela. Lula quer diminuir o nosso déficit comercial. Nada mais justo.
Acontece que não havia hora mais imprópria do que essa para ele ir à Moscou fazer negócios. A Rússia mantém desde fevereiro de 2022 uma invasão devastadora à Ucrânia com milhares de mortes.
Por sinal, às vésperas da invasão, Bolsonaro viajou a Moscou a pretexto de fortalecer nossas relações comerciais com a Rússia de Putin. E ali declarou “solidariedade ao povo russo”.
Na volta, Bolsonaro foi recebido com honras por Viktor Orbán na Hungria, outro autocrata de renome, e aproveitou a ocasião para elogiar a ditadura chilena do general Augusto Pinochet.
De Bolsonaro, que planejou um golpe para permanecer no poder enquanto fosse possível, não se esperava outra coisa. De Lula, pelo menos os democratas esperavam, e ele os decepciona.
Lula quer ser reconhecido pelo mundo como um líder político influente, e – quem sabe? – entrar para a galeria dos contemplados com o Prêmio Nobel da Paz. Legítimo que queira.
Dá-se que lhe falta estatura para tal. Como falta ao Brasil, apesar da sua extensão e do tamanho de sua economia. Melhor faria Lula se se voltasse mais para os problemas internos que enfrenta.
Não são poucos nem pequenos. E poderão lhe custar a reeleição.
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